Por Maramélia Miranda
Para quem quiser ler – médicos, neuros, pacientes, familiares. Algumas mudanças à vista::::
Resumo das recomendações do recente documento – diretriz da Academia Brasileira de Neurologia sobre este controverso tema (transcrevo as recomendações publicadas no paper):
1. Recomenda-se dosar vitamina D sérica em todos os casos de EM e síndrome clínica isolada (independente do estágio da doença), sobretudo nos que usam corticóides e anticonvulsivantes.
2. Níveis de vitamina D < 30ng/ml devem ser corrigidos em portadores de EM ou SCI (Grau D de recomendação).
3. Níveis de vitamina D >100ng/ml devem ser evitados até que novos guidelines estabeleçam novas diretrizes (Grau D de recomendação).
4. Não há evidência científica até a publicação deste consenso sobre o uso de monoterapia com vitamina D para EM na prática clíncia. (grifo do artigo, não foi meu!!!). Desta forma, a monoterapia com vitamina D é considerada experimental. Para o seu uso clínico, é necessário a aprovação de comitê de ética local e regularização de tal prática médica pelo comitê de ética em pesquisa nacional brasileiro (CONEP), além de consentimento informado do paciente a ser submetido a tal terapia.
5. De acordo com dados de estudos in vivo, níveis séricos de vitamina D acima de 40ng/ml podem ter efeitos modulatórios em células autoimunes. Baseados nesta evidência, a suplementação de vitamina D com alvo terapêutico entre 40 ng/ml e 100 ng/ml pode ser recomendada, com efeitos seguros para os pacientes (grau D de recomendação).
6. Considerando as diferenças individuais na suplementação de vitamina D, e que um estudo em indivíduos normais mostrou que doses de 5,000 IU/d por 15 semanas aumentaram os níveis séricos da vitamina D até 60ng/ml, e doses até 10,000 IU/d foram consideradas seguras, recomendamos doses individualizadas para atingir níveis de 40-100 ng/ml (grau D de recomendação).
7. Considerando que níveis baixos de vitamina D em pacientes com SCI podem afetar o risco relativo de conversão para EM, recomnendamos a análise dos níveis de Vitamina D nestes pacientes e a adequada correção (grau D de recomendação).
8. Por ser a vitamina D um secosteróide hormonal, recomendamos a dose escalonada e monitoração dos seus níveis durante a suplementação e modificações de doses (grau D de recomendação).
Comentários
Em breve!!!!
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** Dra. Maramélia Miranda é neurologista com formação pela UNIFESP-EPM, editora do blog iNeuro.com.br.
Sou portadora de Esclerose Multipla Primaria Progressiva.Foi diagnosticada ha 8 anos quando eu estava com 57 anos.Os primeiros sintomas foram quedas sucessivas.Atualmente sinto fraqueza na perna e braco esquerdo, e portando falta de equilibrio.Nao faco uso de nenhum medicamento, e sinto que a dificuldade de andr esta aumentando.Moro em Belo Horizonte e ja consultei com os melhores neuros daqui.Se alguem tiver alguma informacao sobre medicamento e medico a ser consultado, por favor,me retornem.Obrigada…e esperanca para todos nos, de novos medicamentos.
Post de Matheus Cavalieri :::
Olá. Sou portador de esclerose múltipla remetente recorrente ha 3 anos, com diversos surtos, e vejo aqui no Brasil, diversas pessoas trocando a alopatia gratuita fornecida pelo governo por estudos não confiáveis de vitamina D e outros curandeirismos. A única troca que fiz, que reduziu bastante a minha taxa de surtos foi o de uso melatonina ao invés da trilogia valium-rivotril-dormonid. Mas sem descartar o uso do rebif 44.
Parabéns pelo blog.
Matheus Cavalieri
è IMPORTANTISSIMO A DIVULGAÇÃO DESTES CONHECIMENTOS,POIS A NATUREZA É SABIA E DEVEMOS CUIDAR DE NOSSO CORPO,O MAIS POSSIVEL COM ALIMENTOS NATURAIS,OU ELEMENTOS NATURAIIS
Pode me fornecer o nome de uma vitamina “D”?
David, isso não tem nada haver com matéria de Globo Reporter. Estas recomendações falam de sobre as evidências mais recentemente publicadas a respeito do tema, o que se estuda e o que se apresenta em congressos internacionais e nacionais, e a nova diretriz ressalta em trecho com negrito, que o tratamento em MONOTERAPIA com doses de vitamina D é EXPERIMENTAL (GRIFO MEU), justamente por causa da prática isolada do consultório do Dr. Cicero Coimbra a este respeito (repito, desconheço outro neurologista brasileiro que faça esta terapia em megadoses). Acredito que ele, sendo docente e conhecedor das normas que orientam a boa prática da Medicina, deve explicar isso aos seus milhares de pacientes, e certamente deve coletar consentimento informado, para poder tratar os seus pacientes com monoterapia e doses altas de vitamina D (duas terapias ainda em estudos, experimentais). Esclareço ainda que não existem mais de 5000 artigos dispníveis, mas sim dezenas de recentes evidências indicando a relação entre os níveis de vitamina D e EM. E ainda não há regulação, nem no Brasil, nem em lugar nenhum do mundo, para usar megadoses de vitamina D, ou a vitamina D isoladamente, para EM.
O documento vem em boa hora, concretizar o que os principais especialistas da área já estão fazendo com os pacientes, o que se discute e o que se apresenta nos congressos nos últimos 4-5 anos, com bases em pesquisas de boa qualidade científica: devemos manter níveis de Vit D em valores mais altos do que a população normal, nos portadores de SCI e EM (acima de 50ng/ml, unidade brasileira), e deveremos ter mais novidades a respeito dos trials em andamento sobre doses diferentes de suplementação. E principalmente esclarecer á população e pacientes o que é verdade, o que é estudo, o que é pesquisa, o que é experimental. Um documento, sem dúvida, muito importante.
Obs. O CONEP regula tudo a respeito de terapia experimental e pesquisa em Medicina sobre qualquer coisa, desde parafusos de ortopedistas, molas, tratamento de fisioterapia em doenças, até o uso de medicamentos, incluindo terapia com vitaminas. Por este motivo, ele (CONEP) e os comitês de éticas locais de cada lugar devem autorizar qualquer tratamento experimental a ser realizado em humanos. Estes devem estar envolvidos quando o assunto é tratamento de qualquer natureza. Creio que tenha querido se referir à ANVISA, esta analisa somente medicamentos e produtos para uso médico.
Aleluia!!!
Precisou sair matéria no Globo Repórter, e assim demanda de reclamações por parte dos doentes de EM que fazem tratamento convencional , para que os médicos fizessem a atualização de conhecimentos sobre vitamina D??? Atualização por uma reunião virtual, diga-se de passagem.
Bom.. pelo menos todos os pacientes terão seus níveis verificados, e corrigidos quando necessário (quase sempre). De acordo com o resultados dos mais de 5.000 artigos disponíveis, deveria ser o básico, faz tempo.
Obs: o CONEP analisa NOVOS MEDICAMENTOS, e não suplementos e/ou tratamentos. Quem escreveu este texto sabe disto (pelo menos deveria saber).
As Associações de EM pelo Brasil possuem dados suficientes para pesquisas duplo-cego e randomizado. Os pacientes com EM não podem esperar! Arregacem as mangas e mostrem ao mundo que EM tem solução!!!