CRASH-3 Trial: Ácido tranexâmico em TCE hiperagudo

Publicado ontem na revista Lancet. Financiado pelo NIH e outras entidades governamentais. Nada de indústria na jogada…

Mais de 12 mil pacientes randomizados para receber placebo ou ácido tranexâmico, dose ataque de 1g e depois 1g a cada 8h. No começo do estudo, permitiam entrada até 8h, mas depois o comitê do estudo restringiu a randomização até 3h do acidente (trauma).

Bem interessante… Foi positivo para desfecho de morte em casos de TCE leve e moderado, e não observado em TCE grave. Houve uma redução significativa do risco de mortalidade relacionada ao TCE quando o ácido tranexâmico foi dado até 3 horas do trauma craniano leve e moderado (RR 0.78 [95% CI 0.64–0.95]), e não houve diferenças entre placebo e o ácido tranexâmico no TCE grave (0.99 [0.91–1.07]).

LINKS

The CRASH-3 Collaborators. Effects of tranexamic acid on death, disability, vascular occlusive events and other morbidities in patients with acute traumatic brain injury (CRASH-3): a randomised, placebo-controlled trial. Lancet 2019. 

PDF online FREE no site da The Lancet. – AQUI. 

Andrew Cap. CRASH-3: a win for patients with traumatic brain injury. Lancet 2019. 

Vitamina C: Nossas avós tinham razão?!?! CITRIS-ALI publicado

Apresentado hoje no congresso europeu de Terapia Intensiva, em Berlin, o estudo CITRIS-ALI foi negativo para os desfechos clínicos e de alterações inflamatórias até 198 horas, mas a análise pré-programada de desfecho secundário de mortalidade global em 28 dias demonstrou importante redução de mortalidade no grupo de tratamento com altas doses de Vitamina C endovenosa.

Resultado de imagem para vitamin c endovenous

Como diz um amigo meu: Não serve pra gripe mas reduziu mortalidade em Sepse + SDRA????

Ou…: Vovó tinha mesmo razão…?????

LINKS

Fowler III et al. Effect of Vitamin C Infusion on Organ Failure and Biomarkers of Inflammation and Vascular Injury in Patients With Sepsis and Severe Acute Respiratory FailureThe CITRIS-ALI Randomized Clinical Trial.JAMA 2019.

Brent & Angus. Is High-Dose Vitamin C Beneficial for Patients With Sepsis? JAMA 2019. Editorial.

Plasmaferese em NMO

Há vários autores que advogam o uso precoce da plasmaferese nos surtos de NMO, mas ainda há recomendações formais dos guidelines sobre usar a terapia como segunda linha, apenas quando falha a pulsoterapia, indicando a metilprednisolona por 5 dias, e escalonamento com doses adicionais da pulsoterapia, ainda antes da plasmaferese.

Bonnan e col. publicaram em 2018 uma revisão de seu bando de dados, com base na prática local do grupo, de começar em determinados casos a plasmaferese de forma direta, e comparando as diferentes faixas de tempo do início da plasmaferese com taxas de remissão dos pacientes. Conseguiram comprovar que o quanto mais precoce for instituída a plasmaferese, melhores as chances de desfecho clínico.

Adaptado de Bonnan et al. Short delay to initiate plasma exchange is the strongest predictor of outcome in severe attacks of NMO spectrum disorders. JNNP 2018.

LINKS

Bonnan et al. Short delay to initiate plasma exchange is the strongest predictor of outcome in severe attacks of NMO spectrum disorders. JNNP 2018.

 

Papers novos, interessantes, sobre o tratamento agudo de Hematoma Intraparenquimatoso

Boas publicações, pra pensarmos.

A pergunta: Fazer o que com HIP na sua fase aguda? Baixar a pressão arterial para níveis menores, abaixo de 140mmHg? Manter terapia convencional, abaixo do alvo de 160mmHg?

Afinal, quem segue as recomendações do INTERACT-2? Quem não acredita em baixar pressão arterial em AVCh primário?

Reflexões sobre o INTERACT-2 e ATACH-2…

PS. Vem aí o INTERACT-3. Aguardem…

LINKS

Buletko et al. Cerebral ischemia and deterioration with lower blood pressure target in intracerebral hemorrhage. Neurology 2019.

Moullaali et al. Blood pressure control and clinical outcomes in acute intracerebral haemorrhage: a preplanned pooled analysis of individual participant data. Lancet Neurology 2019.

Microcateter robótico: O que os engenheiros do MIT estão desenvolvendo

Vejam só:

 

Efeito de doses altas de colecalciferol na autoimunidade… Em ratos… Interessante…

Estudo publicado há 2 meses, na revista Brain, feito na Universidade de Gottingen, Alemanha, mostrou de forma bem elucidativa as modificações em células linfocitárias de roedores, durante terapia prolongada com doses baixas, médias e altas de suplementação com colecalciferol…

Tem que ler. O artigo está com conteúdo livre no sita da Brain.

LINKS

Hausler et al. High dose vitamin D exacerbates central nervous system autoimmunity by raising T-cell excitatory calcium. Brain 2019.

Material suplementar.

Jaganath et al. Vitamin D for the management of multiple sclerosis. Cochrane Database Syst Rev 2018.

 

Dagigatrana em Trombose Venosa Cerebral: RESPECT-CVT Trial finalmente publicado

Publicado ONTEM, para felicidade da comunidade neurológica.

Estudo: RE-SPECT CVT – A Clinical Trial Comparing Efficacy and Safety of Dabigatran Etexilate With Warfarin in Patients With Cerebral Venous and Dural Sinus Thrombosis)

Dabigatrana foi efetiva, quando comparada ã varfarina, em análise exploratória inicial de 120 pacientes, com follow up de 25 semanas, com taxas de recorrência de TVC similares, sangramentos similares, recanalização parecidas (um pouco maiores no braço da varfarina).

Houve um sangramento intestinal maior (1.7%; 95% CI, 0.0-8.9) no grupo do DOAC, e 2 (3.3%; 95% CI, 0.4-11.5) hemorragias intracranianas no grupo da varfarina. A recanalização ocorreu em 33 casos tratados com dabiga (60.0%; 95% CI, 45.9-73.0) e 35 tratados com varfarina (67.3%; 95% CI, 52.9-79.7). A dose de dabiga testada foi de 150mg 2x ao dia.

Não leiam só o abstract. Vale a pena ler o paper todo. BEM INTERESSANTE.

LINKS

Ferro et al. Safety and Efficacy of Dabigatran Etexilate vs Dose-Adjusted Warfarin in Patients With Cerebral Venous ThrombosisA Randomized Clinical Trial. JAMA Neurol 2019.

Músicas da semana

Clássicos com dois feras feras feras. John Mayer e Alicia Keys.

 

E uma canção muito linda, lançada no mês passado por Anavitória e Vitor Kley, aqui na versão acústica com essa baianinha linda, Bia Marques.