O mundo ideal não é igual em qualquer lugar.
A reabilitação nos EUA pode parecer um sonho, modelos de reabilitação intensiva intrahospitalar, nursing homes, rehab hospitals, altas de hospitais gerais para hospitais de reabilitação… Essas coisas que sempre sonhamos mas não temos nem um tiquinho aqui no Brasil…
Introduzindo assim, explico que esta diretriz realmente… Não pode ser aplicada para nossa realidade como um todo!
Pra começar, a importância do artigo é grande. É a primeira diretriz em reabilitação no AVC da AHA (American Heart Association) e ASA (American Stroke Association). Demorou, eih?!
Quando forem ler, podem até pular a parte que fala das recomendações de terapia de reabilitação intensiva na fase aguda… Dos modelos tal e qual eles tem lá, e nós… pobres brasileiros mortais, não temos… 🙁
Li aquilo e pensei: Doce ilusão para nós, brasucas! Não sonhe, Maramélia. Conto nos dedos onde temos um time de reabilitação estruturado e organizado assim no Brasil. Joinville (S. José), Sarah, Lucy Montoro, alguns centros privados. Mais algum????
Voltando ao mundo real, vi que alguns itens das recomendações são bastante importantes, como, por exemplo, a referência de que mobilização precoce nas primeiras horas do AVC é deletério (resultado do estudo publicado no ano passado, não lembro o nome dele, daqui a pouco resgato e modifico…)… As recomendações de manejo nos membros paréticos, muito interessantes… Principalmente aos nossos pacientes ralam bastante para ter acesso aos serviços de Fisiatria e Reabilitação no nosso país.
Há recomendações específicas para manejar e tratar ombro doloroso! Isso é uma glória! Não vou ter que ler e estudar os papers todos para pegar as melhores dicas de tratamento… Está tudo lá, resumido.
Quantas vezes você mandou o paciente com AVC para passar com Fisiatra por causa disso e ele voltou sem conseguir a consulta??? Eu? Váaaaarias.
Há recomendações do manejo de distúrbios esfincterianos, negligência, apraxia, transtorno cognitivo, ataxia, disartria, afasia, etc… Bem completo o guideline… Mencionam uso de drogas para memória e fala, como donepezila, rivastigmina, fluoxetina para melhora motora, e reforçam a ação deletéria do metilfenidato e moldafinila, importante alerta aos que gostam de usar estes agentes nos casos com extrema apatia — atenção, galera::: ritalina, não.
Enfim, uma boa pedida para leitura.
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