A cena… Vemos frequentemente nos shoppings e espaços públicos por aí: Cadeiras de “quick massage”, e o profissional massageando o pescoço do “cliente”, numa sessão de 10-15-20 minutos de massoterapia. É febre.
O slogan para chamar os clientes parece piada para os neurologistas: “Venha relaxar” (e de quebra, dissecar suas artérias do pescoço… Pensam muitos dos neuros que passam e vêem o ambiente…).
Pois bem.
A American Stroke Association publicou um statement sobre este tema no mês passado: terapias de manipulação cervical, ou em português bem claro – as tais massoterapias, e sua possível associação com as dissecções arteriais cervicais.
Possível?! Alguém ainda tem dúvida?
No ponto de vista estritamente científico, os autores concluem que ainda não é possível tornar este tratamento proibitivo, mas que os profissionais massoterapêutas devem alertar seus clientes quanto às descrições de casos e séries de casos da literatura – e esta associação.
Afinal, deverá ser difícil fazer um ensaio controlado para estudar a fundo esta associação, não? Qual serviço de massoterapia encararia tal desafio?!
O documento, na verdade, não fala só disso. Lendo o artigo inteiro, vemos que é um verdadeiro artigo de revisão sobre as dissecções cervicais, apresentando diagramas, estudos clínicos e ilustrações muito bonitas sobre a fisiopatologia das dissecções e das embolias que ocorrem quando há a laceração na íntima das artérias. Figuras interessantes para quando queremos explicar aos pacientes o porquê dos AVCs nestes casos!!!! Vale a pena ver!!!!
Conclusão transcrita do documento: ABAIXO::: Depois, link do artigo em PDF – na íntegra.
“Cervical artery dissections (CD) is an important cause of ischemic stroke in young and middle-aged patients. CD is most prevalent in the upper cervical spine and can involve the internal carotid artery or vertebral artery. Although current biomechanical evidence is insufficient to establish the claim that cervical manipulative therapy (CMT) causes CD, clinical reports suggest that mechanical forces play a role in a considerable number of CDs and most population controlled studies have found an association between CMT and VAD stroke in young patients. Although the incidence of CMT-associated CD in patients who have previously received CMT is not well established, and probably low, practitioners should strongly consider the possibility of CD as a presenting symptom, and patients should be informed of the statistical association between CD and CMT prior to undergoing manipulation of the cervical spine. “
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