ESO e ESMINT publicam recomendações sobre trombectomia em AVCi agudo

 

Saiu hoje.

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Turc et al. European Stroke Organisation (ESO) – European Society for Minimally Invasive Neurological Therapy (ESMINT) Guidelines on Mechanical Thrombectomy in Acute Ischaemic Stroke Endored by Stroke Alliance for Europe (SAFE). Eur Stroke J 2019. Versão resumida – apenas tabela das questões PICO e recomendações. 

Supplemental Material 1

MISTIE III: Apresentado e publicado

Publicado na Lancet, e apresentado em concomitância no International Stroke Conference 2019, no Havaí, o trial MISTIE III – estudo clínico randomizado controlado que avaliou a drenagem de hematomas intrcerebrais com cirurgia neurológica minimamente invasiva comparado ao tratamento conservador.

O estudo foi longo, capitaneado pelo mesmo grupo americano do trial CLEAR-3, neurologista Daniel Hanley e sua equipe multidisciplinar, de neurologistas, neurointensivistas e neurocirurgiões, de Baltimore, USA.

Resultados.

Os grupos de tratamento standart e tratamento com cirurgia de evacuação seguida de trombólise local do hematoma teve desfechos similares. As taxas de bom desfecho clínico (mRS 0-3) foram de 45% e 41%, respectivamente, no follow-up em um ano (P = .33). Na análise de subgrupos, entretanto, a chance de bom desfecho clínico foi maior (10.5% em comparação com a média geral) nos 58% dos pacientes que foram submetidos ao protocolo de evacuação maior do hematoma, para volumes menores de 15 mL (P = 0.03).

Os pacientes com evacuação de mais de 70% do hematoma tiveram a probabilidade de um melhor desfecho funcional na análise multivariada (OR, 2.05; P = .025).

Vale a pena ler o paper. Embora tenha sido um estudo com resultado negativo, ou neutro, a terapia se mostrou segura, e pode beneficiar o subgrupo de pacientes com hematomas maiores, lembrando de se atingir bom percentual de hematoma drenado.

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Hanley et al. Efficacy and safety of minimally invasive surgery with thrombolysis in intracerebral haemorrhage evacuation (MISTIE III): a randomised, controlled, open-label, blinded endpoint phase 3 trial. Lancet 2019.

Salman et al. Minimally invasive surgery plus alteplase for intracerebral haemorrhage. Lancet 2019. Editorial.

Estudo coreano confirma achados do CHANCE e POINT em AVCi minor

Um estudo com mais de 5000 mil pacientes em registro nacional de casos de AVCi na Coreia do Sul confirmou o benefício da dupla antiagregação plaquetária, em pacientes similares aos do estudo CHANCE e POINT.

Em follow-up de 90 dias, as taxas de recorrência de AVC, infarto e morte de causa vascular foram menores (9.9% versus 12.2%, HR 0.79 [0.67–0.95]).

 

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Kim et al. Comparative Effectiveness of Aspirin and Clopidogrel Versus Aspirin in Acute Minor Stroke or Transient Ischemic Attack. Stroke 2019. 

Livre-Docente na Neurologia Vascular da UNIFESP

A mais nova Livre-Docente da Disciplina de Neurologia da UNIFESP, professora Gisele Sampaio, foi aprovada na semana passada, com louvor, pela banca de examinadores do concurso da Universidade.

Parabéns, Gisele!!!!!!!! Conquista mais que merecida, e que nos orgulha muito!!!!!!!

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Site Neurounifesp.com.br. A Disciplina de Neurologia tem o orgulho de contar com a mais nova Professora Livre-Docente desta Universidade

Será??!?!?!?! Apple Watch 4 poderá detectar FA?

Por Maramélia Miranda e Felipe Barros **

Atualização em tempo real.

O evento da Apple hoje em Cupertino, na Califórnia, mostrou, além dos novos modelos de iPhones, a 4a. geração do Apple Watch, com a promessa de, já tendo sido certificado pelo FDA, detector fibrilação atrial, bradicardias e fazer um ECG…

Será? Holter de 365 dias?!

LINKS

Burns M. Apple Watch Series 4 can detect AFib and perform an ECG. www.techcrunch.com. Acessado em 12 set 2018. 

Warren T. Apple Watch Series 4 includes a bigger display and a built-in EKG scanner. In: The Verge.

Video do Youtube.com – Introducing Apple Watch Series 4

https://www.apple.com/br/apple-watch-series-4/

** Felipe Barros é neurologista clínico, pós-graduando em Neurologia Vascular na UNIFESP/EPM, fissurado, como eu e muitos de vocês, leitores, em tecnologia.

PS. Não sou applemaníaca, mas se isso se confirmar… Vai ficar difícil não usar…

WAKE-UP Trial: Publicado!

Estudo bem importante, o WAKE-UP – Efficacy and Safety of MRI-Based Thrombolysis in Wake-Up Stroke – avaliou pacientes com sintomas leves-moderados de AVCi, tempo de início dos sintomas desconhecido, e seleção por imagem com Ressonância Magnética.

O critério usado para a inclusão dos casos foi a presença de mismatch entre as sequências de difusão (DWI) e FLAIR (lesão com restrição à difusão e sem hiperintensidade no FLAIR), excluídos casos com oclusão arterial de grande vaso, e os tratamentos testados foram alteplase EV versus placebo. Os desfechos clínicos foram melhores no grupo ativo do que no placebo.

O estudo foi interompido pela parade de seu financiamento, não atingindo o n planejado de 800 pacientes, mas conseguiu randomizar pouco mais de 500 pacientes nos dois grupos de tratamento.

Foi positivo, mas com esta ressalva.

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Thomalla et al, from WAKE-UP Investigators. MRI-Guided Thrombolysis for Stroke with Unknown Time of Onset. NEJM 2018.

EURAP Registry: Qual é o antiepiléptico mais seguro na gravidez?

Estudo prospectivo internacional, base de dados gigante, de milhares de pacientes em 42 países no mundo todo, 87% centros europeus.

Impacto altíssimo. Dados estatísticos indiscutíveis. Paper para leitura obrigatória.

Importantíssimo para a nossa prática.

Estudaram simplesmente 7355 gestações, analisando as 8 drogas antiepilépticas mais prescritas em monoterapia no mundo, e observando desfechos de efeito teratogênicos.

Ranking dos FAE

Atenção amigos: Abaixo, a listinha Top 8 – em ordem descrescente – do uso, nesta base de dados, de monoterapia em epilepsia:

  1. Lamotrigina
  2. Carbamazepina
  3. Valproato
  4. Levetiracetam
  5. Oxcarbazepina
  6. Fenobarbital
  7. Topiramato
  8. Fenitoína

Resultados

Maior dose do FAE = maior efeito teratogênico, na maioria das drogas.

Comparações entre drogas. Fizeram. Comparativo de doses. Fizeram.

Campeão de efeito teratogênico? Valproato, dose-dependente (maior dose, maiores taxas de eventos). Com dose > 1400mg, pouco mais de 25%, e menor que 600mg, 6,3%.

Drogas mais seguras: Lamotrigina, em doses menores ou iguais a 325mg ao dia (frequência de malformações congênitas = 2,5%), levetiracetam (2,8%, qualquer dose) e oxcarbazepina (3% em qualquer dose).

Realmente, este artigo é muitíssimo interessante!!!!!!! Amei.

Mais uma que não sabia: o tão comentado e prescrito ácido fólico não serve pra nada em redução de malformações congênitas… !!!!! Chocada fiquei. Não sabia disso.

Já havia resultado similar em estudos prévios. Boa. Mas o efeito na redução de alterações cognitivas após o nascimento e redução de autismo é observado, e a recomendação de dar folato às futuras mamães usuárias de FAE prossegue firme e forte, mas por causa disso!

Conclusões

Trata-se do maior estudo de banco de dados prospectivos até hoje realizado e publicado comparando diferentes tipos de FAE e os riscos de malformações congênitas “major” em casos de gravidez usando as drogas.

Abstract conclusion:

” Different antiepileptic drugs and dosages have different teratogenic risks. Risks of major congenital malformation associated with lamotrigine, levetiracetam, and oxcarbazepine were within the range reported in the literature for offspring unexposed to antiepileptic drugs. These findings facilitate rational selection of these drugs, taking into account comparative risks associated with treatment alternatives. Data for topiramate and phenytoin should be interpreted cautiously because of the small number of exposures in this study.”

LINKS

EURAP Homepage

Tomson et al. Comparative risk of major congenital malformations with eight different antiepileptic drugs: a prospective cohort study of the EURAP registry. Lancet Neurology 2018. 

Penell P. Prescribing antiepileptic drugs to women of reproductive age. Lancet Neurology 2018.