Atualmente existem duas correntes dentro da Neurologia do Comportamento, que pregam duas diferentes ideias sobre como definir a Doença de Alzheimer (DA): uma que entende que a presença de biomarcadores já pode definir biologicamente esta doença, e outra que advoga a necessidade da presença de sintomas, de uma clínica esperada da doença, para defini-la. O International Working Group (IWG), formado por especialistas de vários países, incluindo dois brasileiros (Profs. Paulo Caramelli e Ricardo Nitrini), e mais uma penca de outros importantes nomes da subespecialidade (Bruno Dubois, Nicolas Villain, Howard Feldman, Giovanni Frisoni, etc…), publicaram recentemente um artigo que vem se contrapor ao grupo da Alzheimer Association, defensor do critério mais amplo (que inclui o biológico sem os sintomas).
O IWG propõe a DA como entidade clínica que pressupõe a presença de biomarcadores, mas com manifestação clínica, e denomina o indivíduo cognitivamente normal, mas portador de positividade em biomarcadores, como “assintomático em risco de doença de Alzheimer”; e aos pacientes com mutações genéticas autossômicas dominantes, “pacientes com Doença de Alzheimer pressintomática”.
A proposição do IWG contrapõe-se à definição de DA pré-clínica, advogada pela Alzheimer Association, e alerta para a possibilidade de testagem rotineira de pacientes sem déficit ou qualquer sintomatologia cognitiva, apenas com positividade para depósitos amilóide ou achados compatíveis com DA no LCR. vir a ser fator estressor aos indivíduos, diante da ampliação deste diagnóstico.
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