Edição de Janeiro 2016 inteirinha da Lancet Neurology — Retrospectiva do ano de 2015…
Gelfand A. Infant colic—a baby’s migraine? Cephalalgia 2015.
Edição de Janeiro 2016 inteirinha da Lancet Neurology — Retrospectiva do ano de 2015…
Gelfand A. Infant colic—a baby’s migraine? Cephalalgia 2015.
Tenho colegas seguidores-leitores que detestam isso. A estes que não gostam de política, perdão perdão perdão. Mil vezes. Mas não me contive. Tenho que comentar.
Frase 2, da maravilhosa Ministra Carmem Lúcia, do STF:
MINISTRA CARMEN LÚCIA, em seu voto, comentando COM MUITA LUCIDEZ sobre:
1 — A eleição de um operário, de um partido de esquerda, com o slogan da “esperança venceu o medo”
2 — Os cara-de-pau dos mentirosos petistas do mesmo partido de esquerda, sobre os fatos de Pasadena / Mensalão / etc
3 — E agora, sobre os fatos acontecidos com o atual senador líder do partido DO GOVERNO, e as tentativas de corromper e planejar a FUGA DE DELATOR, na Lava-Jato…
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Curiosos? Aos que tiverem estômago, AQUI a gravação da “conversinha” do primeiro Senador da República preso em pleno mandato no Brasil. Mais uma façanha do PT. Por favor, ouçam com um saquinho ao lado. É nojento. Pode causar náuseas e vômitos.
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“É o carro enguiçado, é a lama, é a lama”
Anos depois de sua concepção, o verso da “Águas de Março” de Tom Jobim é o mais perfeito retrato deste país. Literalmente.
Mar de lama da mineradora Samarco. Mar de lama da política, do PT, PMDB, PSDB, PP, DEM, todos…
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Por fim, algumas fotinhos… Lindas…
Acima, amiguinhos… “Meu “líder” no Senado.”
Abaixo, um pedido: “duas algemas, please”…
Abaixo, “ligações perigosas”.
Anteontem foi o dia em que Doc Brown e Marty MacFly, da ficção De volta para o futuro II, viajariam 30 anos para o futuro… Era 1989, e o filme virou um clássico da nossa geração…
2015. Estamos aqui. 26 anos depois de assistir ao filme, we-are-in-the-future… Erraram algumas coisas, acertaram outras… Ainda não temos carros voadores, mas os elétricos estão por aí. Smartphones, Internet, filmes 3D, videoconferências, foram algumas dos acertos.
Aos fãs, aos que não conhecem, assistam abaixo os atores “chegando” em 2015, no programa de Jimmy Kimmel. É de arrepiar.
Por Nicolas Amui, Felipe Barbosa ** e Maramelia Miranda
Notícia recente, artigo da ILAE publicado na Epilepsia, em Maio de 2015. Apresentada pela Profa. Elza Marcia. Nossa fera em Epilepsia.
Depois disso, a agência Food and Drug Administration, em junho de 2015, usando informações desta recomendação da ILAE, e de estudos publicados sobre o uso de valproato em grávidas e possíveis efeitos adversos nas crianças cujas mães usaram a droga na gravidez, liberou a comunicação sobre a segurança da prescrição deste importante droga, usada em Neurologia para diversas condições, como a profilaxia da migrânea, em epilepsia, transtornos bipolares e de humor em geral. A categoria da droga para uso em migrânea, anteriormente classificada como “D” (potencial benefício da droga em grávidas pode ser aceitável a despeito dos riscos), passou a ser tipo “X”, ou seja, o risco de seu uso em gravidez claramente suplanta qualquer possível benefício.
Em relação à prescrição do valproato em epilepsia e transtorno bipolar, apenas haverá justificativa para a sua continuidade quando outros produtos não foram efetivos. Para este uso (epilepsia e bipolaridade), permanecerá como categoria D. Para mulheres em idade fértil, a recomendação é tentar evitar esta droga. Veja exatamente o que o FDA escreveu em seu “release”:
“With regard to women of childbearing age who are not pregnant, valproate should not be taken for any condition unless the drug is essential to the management of the woman’s medical condition. All non-pregnant women of childbearing age taking valproate products should use effective birth control.”
Controverso, não?!
LINKS
** Nicolas Amui e Felipe Barbosa são residentes da Neurologia na UNIFESP/EPM.
Fonte: Hunter Group
Um grupo holandês publicou na Neurology este mês um trabalho muito interessante, de um assunto que muito nos interessa – na verdade interessa mais aos neurohospitalistas / neurovasculares, quando frequentemente somos chamados para avaliar encefalopatias anóxicas pós-PCR…). O paper está com acesso livre. Aproveitem…
Os autores analisaram um grupo prospectivo de 277 pacientes em 2 UTIs, com o diagnóstico de coma pós-PCR. É bastante gente, considerando o problema estudado.
Fizeram EEG contínuo por 3 dias após a PCR. Categorizaram os padrões de EEG em desfavorável, intermediário ou favorável. Analisaram e juntaram estes dados com a clínica, ressuscitação, padrão do potencial evocado somatossensitivo (PESS) e desfechos em 6 meses. Cruzaram as variáveis e fizeram modelos preditores de prognóstico pior ou favorável após um coma pós-PCR.
Concluíram que o EEG feito de forma contínua dentro das primeiras 24h foi um dado robusto de predição prognóstica em pacientes comatosos após PCR. Outros dados interessantes: o padrão de EEG nas 24h, junto com ausência de reflexo pupilar em 48h e de passagem de estímulos no PESS em 72 horas, tiveram uma especificidade de 100% e sensibilidade de 50% para desfecho desfavorável. Ao contrário, um EEG favorável nas primeiras 12h foi fortemente preditor de bom desfecho.
EEG na UTI em pós-PCR: Ferramenta para prognosticar desfechos.
LINK
Novidades da Academia Americana de Neurologia de 2015… Em pouco mais de 30 linhas.
Highlights dissecados por neuros franceses. Publicados na Revue Neurologique.
Maravilha!!!!! Merci, Dr. Sibon et collègues !!!!
Aos neuronautas que conseguirem a façanha de ter o artigo na íntegra, pleeeease… I want!!! Detalhe, texto em francês.
Por enquanto, ficamos apenas com o abstract em inglês.
The benefit of the thrombectomy using stents retrievers in the acute stroke phase is now demonstrated when there is a proximal occlusion of an intracranial artery, whatever its mechanism. The place of the anticoagulants in the management of cervical artery dissections remains uncertain, while the benefit of the blood pressure control in the secondary prevention of deep and lobar intracerebral hemorrhages is critical. The development of cardiac MRI, prolonged cardiac monitoring and transcranial doppler seems to improve the diagnosis of cardio-embolic sources of stroke.
A specialized urgent-access single seizure clinic represents a model which reduces wait-times and improves patient access after a first fit. Co-locating a psychiatrist within outpatient epilepsy center leads to a reduction in psychiatric symptoms and people with psychogenic non-epileptic seizures. When neurologists around the world assess identical case scenarios for the diagnosis of epilepsy, concordance is between moderate and poor, showing that epilepsy diagnosis remains difficult. More than one third of elderly with new-onset epilepsy of unknown etiology exhibit temporal lobe atrophy on brain imaging.
There is no major progress in the therapeutic approach of Parkinson’s disease but the discovery of new genetic markers such as glucocerebrosidase mutations may greatly change our knowledge of the disease process and may induce new therapeutic strategies in the future. The natural history of the disease is also better understood from the prodromal phase to the post-mortem analysis of the brain and the classification of the processes based on abnormal protein deposits.
The respective value of biomarkers (amyloid imaging versus CSF biomarkers) for in vivo diagnosis of Alzheimer’s disease (AD) has been detailed. Therapeutic expectations mainly rely on anti-Aβ immunization trials performed in preclinical (and no longer prodromal) stages of AD, with the aim of slowing the evolution of neuronal loss. Besides a lot of communications on dementia genetics or physiopathogeny, fascinating and promising results were presented on deep brain stimulation for depression resistant to medical treatment.
Ibudilast, administered with riluzole, is safe and tolerable in patients with amyotrophic lateral sclerosis (ALS), improves ALS function and delays progression. Patients with painful small fiber neuropathy have a high rate of mutations in the SCN9A gene, coding for Nav1.7 voltage-gated sodium-channels. Peripheral nerve lymphoma (NL) is a multifocal painful neuropathy that causes endoneurial inflammatory demyelination: primary NL is less severe than secondary NL, which occurs after remission, suggesting that nerve may be considered a “safe lymphoma haven”.
Biotin in progressive forms of MS and daclizumab in relapsing-remitting forms appear to be promising treatments. In case of failure of current first-line and/or second-line therapeutics, alemtuzumab may be an interesting alternative treatment. Teriflunomide, dimethyl fumarate and fingolimod are oral treatments with confirmed efficacy and acceptable safety. Besides vitamin D insufficiency and smoking, which are confirmed risk factors for the disease, testosterone insufficiency (in males) and obesity are emerging risk factors, which could also be corrected.
LINK
Sibon et al. American Academy of Neurology, Washington, 18–25 avril 2015. Rev Neurol 2015.
Pára tudo.
Essa eu vi hoje, em várias homepages das principais do país. Foi notícia em tudo quanto foi lugar.
Eu, curiosa, fui atrás… E confesso que fiquei “incomodada”…
Como assim? Então pediram para o paciente cantar durante a retirada de um tumor cerebral presumivelmente no hemisfério esquerdo (pela posição do paciente na foto e vídeos postados)…? Para verificar se não seria atingida a área da fala (linguagem)?
Caros neuro-nautas…: Tá certo isso?! Ou tem algum possível furo nesta conduta dos colegas catarinenses?
Leiam abaixo. Vários papers com acesso livre (artigo completo).
Interessante para sabermos que uma parcela de pacientes afásicos motores podem, sim, cantar perfeitamente. Essa é, inclusive, uma estratégia realizada em terapias de reabilitação de afásicos.
Então a pergunta que não quer calar é: Pode-se fazer um mapeamento cerebral intraoperatório durante uma cirurgia do tipo “awake-neurosurgery” pedindo-se para o paciente cantar?
Divirtam-se. Muitos papers sobre o tema.
LINKS
Por Daniela Lamas, para o NYT. Admitted to Your Bedroom: Some Hospitals Try Treating Patients at Home. Anotem aí. O futuro em termos de desospitalização de pacientes.
Por Kelly Clancy. How to Unlearn a Disease: Medicine’s latest cure is forgetting you’re sick. Da revista Nautilus.
. Artigo
Por Atul Gawande. Overkill. Artigo da New Yorker sobre o excesso de exames médicos e overdiagnóstico na medicina atual. Interessante. Leiam.
Ilustração de Anna Parini, para a revista New Yorker.
A Síndrome das Pernas Irriquietas não é o usual do atendimento ambulatorial neurológico, mas acredito que provavelmente porque não interrogamos todos os pacientes sobre esta queixa esquisitinha da “sensação estranha” nas pernas.
Doença certamente subdiagnosticada, na SPI, os pacientes quase nunca sabem explicar a sensação que apresentam, e os companheiros, que percebem a inquietação na cama à noite, ao dormir, ou durante a atividade social do indivíduo, também não ficam arrastando seus cônjuges para os consultórios neurológicos por causa destes sintomas ridículos!!!!
Ah, não consegue ficar sentada num restaurante, ou num cinema, por 2 horas? Dá uma “agonia” nas pernas??? Vontade de levantar? Sintominha bizarro, não?! Quem vai de rotina até um médico por causa disso? Muita gente não vai.
E ficam anos e anos com a doença, aguentando, até um certo dia alguém falar no negócio e a pessoa se tocar…
Como parente de primeiro grau de portadores da doença (minha mãe e minha irmã foram premiadas com a SPI), sou obrigada a ler o consenso para poder aplicar dentro de casa!!!! Senão vou levar bronca!
Sempre em casos de insônia, é preciso interrogar sobre os sintomas característicos de pernas irriquietas, sobretudo em mulheres e quando há história familiar de outros distúrbios do sono.
SPI: É bom sempre lembrar, e perguntar.
LINK