Bebam vinho… !!!!!! E sejamos felizes, e saudáveis!!!!!

Este artigo publicado na European Heart Journal, publicação da European Society of Cardiology, a poderosa ESC, veio bem a calhar neste último dia do ano. Deliciem-se com seus resultados…

A new study has found that moderate wine consumption, measured through urinary tartaric acid levels, is linked to a lower risk of cardiovascular disease in older adults. Drinking 12-35 glasses of wine per month showed significant cardiovascular benefits over nine years. This research builds on previous studies suggesting health benefits from moderate wine drinking but uses urinary tartaric acid as a more accurate measure of wine intake. This method reduces bias from self-reported alcohol consumption. The findings indicate that higher tartaric acid levels correlate with lower cardiovascular risk, while lower levels do not show the same benefits. The study highlights the potential role of wine’s bioactive compounds in promoting heart health.

ESTUDO

Pegaram amostras de urina de pacientes randomizados no grande e importante estudo clínico PREDIMED, estudo espanhol com mais de 7000 participantes, que avaliou desfechos cardiovasculares em indivíduos expostos à dieta mediterrânea. Entre 1232 participantes, um grupo teve desfechos cardiovasculares e o outro grupo não apresentou desfechos; neste subset de participantes que tinham medidas de ácido tartárico basal, e após um ano da intervenção, na urina, foram feitas as análises com base na dosagem de ácido tartárico urinária e eventos CV. O consumo de vinho, registrado usando questionários validados, foram comparados com as medidas de ácido tartárico, demonstrando correlação linear.

RESULTADOS

Beber de 12 a 35 tacinhas de vinho por mês foi a quantidade mais protetora para a ocorrência de eventos cardiovasculares…

(HR 0.50 (CI 0.27-0.35), redução de 50% de chance de ter eventos…

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Terapias para dor neuropática: Atualização 2025

Esta metanálise foi feita pelo grupo de Dor Neuropática da IASP (International Association for the Study of Pain), como forma de atualização de suas diretrizes, avaliando 313 ensaios clínicos e totalizando 48.789 pacientes portadores de dor neuropática de diversas etiologias. O artigo foi recentemente publicado na Lancet Neurology, e seu acesso está aberto, dada a importância do tema na prática neurológica geral.

Resultados

Eficácia primária e desfechos de segurança para:

  • Tricíclicos: NNT=4·6 (95% CI 3·2–7·7), NNH=17·1 (11·4–33·6)
  • Ligantes α2δs (análogos GABA): NNT=8·9 (7·4–11·10), NNH=26·2 (20·4–36·5)
  • Inibidores de recaptação serotonina/noradrenalina (Duais): NNT=7·4 (5·6–10·9), NNH=13·9 (10·9–19·0)
  • Toxina botulínica: NNT=2·7 (1·8–9·61), NNH=216·3 (23·5–∞)
  • Patch capsaína 8%: NNT=13·2 (7·6–50·8), NNH=1129·3 (135·7–∞;)
  • Opióides: NNT=5·9 (4·1–10·7), NNH=15·4 (10·8–24·0)
  • TMS repetitiva (sessões): NNT=4·2 (2·3–28·3), NNH=651·6 (34·7–∞)
  • Creme tópico de caspaína: NNT=6·1 (3·1–∞), NNH=18·6 (10·6–77·1)
  • Patch de lidocaína 5%: NNT=14·5 (7·8–108·2), NNH=178·0 (23·9–∞).

Conclusões: Recomendação forte para o uso de tricíclicos, análogos GABA e inibidores de rcaptação duais como primeira linha de tratamento. Menor força de recomendação para capsaína e lidocaína em patch; e terceira linha de tratamento para rTMS, toxna bolulínica e opióides. Tabelinha resumindo o artigo, abaixo (clique em cima da imagem para ver em close).

 

 

LINKS

Soliman et al.Pharmacotherapy and non-invasive neuromodulation for neuropathic pain: a systematic review and meta-analysis. Lancet Neurol 2025.

Material suplementar.

Classificação nova (de novo!) da ILAE para Crises Epilépticas

Olha…
Quem deseja dar uma esganadinha na ILAE?! Levanta a mão!!!!!  kkkkkkkkkk

Sei não… Já estou achando que essa coisa de trocar os nomes termos classificação praticamente a cada dois anos é proposital, apenas pra obrigar a gente que é neurologista a estudar tudo de novo…

Olhem essa timeline de mudanças de nomes e termos…

E aqui… Os termos novos…

 

LINKS

Beniczky et al. Updated classification of epileptic seizures: Position paper of the International League Against Epilepsy Epilepsia 2025.

Beniczky et al. Updating the ILAE seizure classification. Epilepsia 2025.

Guias Práticos sobre Epilepsia da Liga Brasileira de Epilepsia

 

Arrumando coisas no escritório hoje, achei estes materiais incríveis, publicados pela LBE – Liga Brasileira de Epilepsia, nas coisas que recebo no consultório, e resolvi postar aqui para vocês, dada a extrema importância da Epilepsia na nossa prática neurológica, sendo uma doença extremamente prevalente – cerca de 2 a 3% da população no mundo, e em sua grande maioria controlável com as terapias atuais.

Trata-se de duas publicações da LBE com suas versões digitais, de acesso livre e online! Basta clicar na imagem!

 

Muito bom, para consultas durante a assistência aos nossos pacientes com Epilepsia!

 

 

Critérios para Doença de Alzheimer: Clínico ou por biomarcadores?

Atualmente existem duas correntes dentro da Neurologia do Comportamento, que pregam duas diferentes ideias sobre como definir a Doença de Alzheimer (DA): uma que entende que a presença de biomarcadores já pode definir biologicamente esta doença, e outra que advoga a necessidade da presença de sintomas, de uma clínica esperada da doença, para defini-la. O International Working Group (IWG), formado por especialistas de vários países, incluindo dois brasileiros (Profs. Paulo Caramelli e Ricardo Nitrini), e mais uma penca de outros importantes nomes da subespecialidade (Bruno Dubois, Nicolas Villain, Howard Feldman, Giovanni Frisoni, etc…), publicaram recentemente um artigo que vem se contrapor ao grupo da Alzheimer Association, defensor do critério mais amplo (que inclui o biológico sem os sintomas).

O IWG propõe a DA como entidade clínica que pressupõe a presença de biomarcadores, mas com manifestação clínica, e denomina o indivíduo cognitivamente normal, mas portador de positividade em biomarcadores, como “assintomático em risco de doença de Alzheimer”; e aos pacientes com mutações genéticas autossômicas dominantes, “pacientes com Doença de Alzheimer pressintomática”.

A proposição do IWG contrapõe-se à definição de DA pré-clínica, advogada pela Alzheimer Association, e alerta para a possibilidade de testagem rotineira de pacientes sem déficit ou qualquer sintomatologia cognitiva, apenas com positividade para depósitos amilóide ou achados compatíveis com DA no LCR. vir a ser fator estressor aos indivíduos, diante da ampliação deste diagnóstico.

LINK

Dubois et al. Alzheimer Disease as a Clinical-Biological Construct—An International Working Group Recommendation. JAMA Neurology 2024.

Medir ou não medir Lp(a)???? Eis a questão….

Amigos, amigos… Vocês perguntam, e ficam me dando ideias para buscar aqui as respostas.

É dúvida ou não? Devemos pedir de rotina a dosagem sérica de Lipoproteína (a)…?

Talvez agora, para casos com risco cardiovascular, devamos pedir. Como, e quando pedir? E como interpretar seus resultados?

 

LINKS

An Update on Lipoprotein(a): The Latest on Testing, Treatment, and Guideline  Recommendations. JACC 2023

Lipoprotein(a) in atherosclerotic cardiovascular disease and aortic stenosis: a European Atherosclerosis Society consensus statement. EHJ 2022

Lipoprotein / Lp(a) Tool Kit – AHA

Current management of the patient with high lipoprotein(a) – Review article 2022

ATENÇÃO: Dados do registro ATTENTION, sobre AVCi e oclusão de basilar

Após muitas comemorações no congresso europeu de AVC deste ano, em Lyon, com a apresentação dos resultados favoráveis ao tratamento de trombectomia mecânica no AVCi por oclusão aguda da artéria basilar, poderemos ter um gostinho dos dados do estudo com a publicação de ontem, na revista Circulation, dos resultados do estudo de registro ATTENTION, base de dados dos centros chineses que participaram do estudo randomizado controlado do mesmo nome, apresentado no ESOC 2022.

Atenção: Estes resultados não são os resultados do RCT ATTENTION, mas apenas do estudo de registro nos centros participantes. Não nos confundamos!!!!

Segundo informações colhidas, o RCT está no prelo, a ser publicado em breve!

LINK

Tao et al. Endovascular Treatment Versus Best Medical Management in Acute Basilar Artery Occlusion Strokes: Results From the ATTENTION Multicenter Registry. Circulation 2022. 

Diretriz Americana sobre retirada de Medicações Anti-Crise

A Academia Americana de Neurologia publicou esta semana no seu canal oficial Neurology, as novas e atualizadas orientações sobre a retirada de drogas anti-crise em pacientes com epilepsia e suas crises controladas.

Assunto recorrente, controverso, sempre questionado por familiares e pacientes portadores de epilepsia. Para vocês terem uma ideia, a última recomendação do assunto tinha sido publicada em… 1996… Muitos leitores aqui nem tinham nascido :)))))))))

Um artigo realmente… Necessário, primordial e must-read meeeeessssmo!!!!!!

LINK

Gloss et al. Antiseizure Medication Withdrawal in Seizure-Free Patients: Practice Advisory Update Summary. Report of the AAN Guideline Subcommittee. Neurology 7 dec 2021.