Consenso da AAN sobre Hidrocefalia de Pressão Normal

A Academia Americana de Neurologia – AAN, publicou em dezembro passado, um consenso para o diagnóstico e manejo da HPN. Doencinha de difícil diagnóstico, em muitos casos, e pior ainda quando a questão é responder se o tratamento de primeira linha disponível hoje, que é a derivação ventriculo-peritoneal irá ou não funcionar. O artigo traz vários conceitos relativamente novos, além do conhecido tap-test, como escores clínicos que auxiliam a classificação sintomática dos pacientes e variáveis de hidrodinâmica liquórica, como teste de infusão no espaço liquórico, e as medidas de pressão inicial e final após a infusão, para calcular a resistência liquórica, variáveis que podem ser preditoras de resposta positiva ou negativa ao shunt.

Interessante.

LINK

Halperin et al. Practice guideline: Idiopathic normal pressure hydrocephalus: Response to shunting and predictors of response. Neurology 2015.

Dieta Mediterrânea: Estudo com ressonância magnética

Um grupo da Columbia publicou em outubro passado, na Neurology, um estudo de coorte com idosos saudáveis (sem demência), avaliando seus hábitos alimentares – categorizando-os como baixa ou alta aderência à dieta mediterrânea, e correlacionando estas variáveis com aspectos da ressonância magnética, como volume cerebral, da substância branca e cinzenta, espessura cortical e volumes dos lobos cerebrais.

Indivíduos com maior aderência à dieta mediterrânea tiveram maiores volumes total cerebral, de substância cinzenta e branca. Quem comia mais peixe, e menos carne, teve maiores volumes de substância cinzenta… O mesmo ocorreu com os volumes totais dos lobos temporais, frontal, cíngulo e hipocampos. Tudo isso com significância estatística… Os autores concluem o trabalho assim:

“Among older adults, MeDi (dieta mediterrânea) adherence was associated with less brain atrophy, with an effect similar to 5 years of aging. Higher fish and lower meat intake might be the 2 key food elements that contribute to the benefits of MeDi on brain structure.”

Eu já não era muito fã… Agora, então…

LINKS

Gu et al. Mediterranean diet and brain structure in a multiethnic elderly cohort. Neurology 2015.

PET com amilóide x Biomarcadores no LCR: Quem ganhou no diagnóstico de DA????

Publicado ASAP em 30 de setembro, este artigo comparou os dois métodos, biomarcadores no LCR e a imagem do PET com amilóide, no diagnóstico de DA precoce, em população com declínio cognitivo leve que desenvolveu a doença.

Depois adiciono mais informações do paper. O artigo está com acesso aberto na homepage da Neurology.

Por enquanto fiquem com a conclusão do abstract.

Conclusions: Amyloid PET and CSF biomarkers can identify early AD with high accuracy. There were no differences between the best CSF and PET measures and no improvement when combining them. Regional PET measures were not better than assessing the global Ab deposition. The results were replicated in an independent cohort using another CSF assay and PET tracer. The choice between CSF and amyloid PET biomarkers for identifying early AD can be based on availability, costs, and doctor/patient preferences since both have equally high diagnostic accuracy.

LINK

Palmqvist et al. Detailed comparison of amyloid PET and CSF biomarkers for identifying early Alzheimer disease. Neurology 2015.

Fonte da imagem: www.mayoclinic.org

Resveratrol para Alzheimer: Funciona!?

Um estudo multicêntrico americano, randomizado e controlado, duplo-cego, de fase 2 (desenhado para demonstrar segurança da terapia ativa), foi publicado recentemente na revista Neurology, levantando mais uma vez a bola do resveratrol, molécula presente em alguns alimentos e no vinho tinto (oba!), na terapia de demências como a demência por Doença de Alzheimer (DA).

Atenção, pessoal. O paper está com acesso aberto na revista!!! Corram e baixem de lá…

Estudo

Turner e col avaliaram 119 pacientes com o diagnóstico de provável demência por DA, em uso regular de anticolinesteráricos ou memantina,  com MME entre 14-26, e escore de Hachinsky < 5; o estudo constou de uso de placebo ou resveratrol 500 mg em doses escalonadas, com incrementos a cada 13 semanas chegando à dose final de 1000mg duas vezes ao dia. Os pacientes estudados foram avaliados com estudo de ressonância magnética e dosagens laboratoriais dos biomarcadores no sangue e liquor cefalorraquiano (LCR).

Outras causas de demência foram excluídas da amostra, bem como pacientes com microhemorragias na RM e diabetes em tratamento. Os desfechos primários medidos foram a volumetria do cérebro total do hipocampo e córtex etorrinal, e mudanças da volumetria dos ventrículos, todos através do estudo de RM; e trajetória dos níveis plasmáticos de Ab40 e Ab42, e dos níveis no LCR de Ab40, Ab42, Tau e fosfo-tau 181.

Resultados

Eventos adversos ocorreram de forma semelhante nos grupos ativo e placebo (355 vs 302 eventos adversos, respectivamente). Os efeitos adversos mais observados foram diarréia, náusea e perda de peso.

O grupo placebo ganhou mais peso durante o estudo (follow-up de 1 ano), enquanto o grupo ativo do estudo perdeu peso (0.92kg, +4.9 kg (média e DP, p = 0.038)… Ohhhh!!!!!!! (gostei!). Resultado dentro do esperado para o efeito sobre o peso já previamente observado em outros estudos com resveratrol.

Os níveis liquóricos e séricos de Ab40 Ab40 tiveram um declínio mais rápido no grupo placebo. Entretanto, a terapia com resveratrol correlacionou-se com maior perda volumétrica cerebral (ops!!!!! não gostei…), achado cuja etiologia ainda não está muito clara, mas que não teve correlação com declínio cognitivo.

O estudo, que não tem poder estatístico para fazer comparações de desfechos clínicos, mostrou que não houve diferenças nos escores de Mini-Mental,  “Alzheimer’s Disease Assessment Scale–cognitive” (ADAScog), “Clinical Dementia Rating–sum of boxes” (CDR-SOB) e inventário neuropsiquiátrico (“Neuropsychiatric Inventory” – NPI. Mas na escala “Activities of Daily Living Scale” (ADCS-ADL) o declínio foi menor no grupo ativo (p=0.03).

Conclusões

Resumindo a ópera:

— Resveratrol foi seguro e bem tolerado; e penetrou a barreira hematoencefálica para causar seus efeitos no SNC; 🙂

— Resveratrol levou a maior perda de peso;  🙂  🙂  🙂

— Resveratrol aumentou a velocidade de perda volumétrica cerebral;  🙁

— resveratrol mudou a trajetória dos biomarcadores de DA, no sentido de reduzir a queda da proteína beta amilóide no sangue e LCR ao longo de 12 meses de tratamento.  🙂  🙂  🙂

Retirado do paper original:::

“Conclusions: Resveratrol was safe and well-tolerated. Resveratrol and its major metabolites penetrated the blood–brain barrier to have CNS effects. Further studies are required to interpret the biomarker changes associated with resveratrol treatment. Classification of evidence: This study provides Class II evidence that for patients with AD resveratrol is safe, well-tolerated, and alters some AD biomarker trajectories. The study is rated Class II because more than 2 primary outcomes were designated.”

LINKS

Turner et al. A randomized, double-blind, placebo-controlled trial of resveratrol for Alzheimer disease. Neurology 2015.

Ma et al. Resveratrol as a therapeutic agent for Alzheimer’s disease. Biomed Res Int 2014.

Omega 3 or No-Omega 3: That is the question…

Então…

Será que minhas capsulinhas de Omega 3 tomadas religiosamente todos os dias estão sendo em vão?!?!?!?!

JAMA publicou na semana passada uma sub-análise de um estudo sobre degeneração macular, o “Age-Related Eye Disease Study 2” – AREDS2, que testou placebo versus suplementação com omega 3, algumas vitaminas e luteína / zeaxantina, em desenho multifatorial para o tratamento específico da doença oftalmológica. De quebra, aproveitando o “gancho” do trial, os pesquisadores pegaram o grupo de pacientes que usaram Omega 3 e os controles, e aplicaram testes cognitivos via telefone, a cada 2 anos, em mais de 3700 pacientes, num total de 5 anos de follow-up.

Não houve diferenças nos testes neuropsicológicos aplicados entre os grupos placebo e Omega 3, no baseline e após o follow-up…

E agora???? Será que adianta dar Omega 3 para prevenção de declínio cognitivo???

LINKS

Chew et al. Effect of Omega-3 Fatty Acids, Lutein/Zeaxanthin, or Other Nutrient Supplementation on Cognitive Function: The AREDS2 Randomized Clinical Trial. JAMA 2015.

AAN 2015 resumido em… 30 linhas

Novidades da Academia Americana de Neurologia de 2015… Em pouco mais de 30 linhas.

Highlights dissecados por neuros franceses. Publicados na Revue Neurologique.

Maravilha!!!!! Merci, Dr. Sibon et collègues !!!!

Aos neuronautas que conseguirem a façanha de ter o artigo na íntegra, pleeeease… I want!!! Detalhe, texto em francês.

Por enquanto, ficamos apenas com o abstract em inglês.

Abstract

Cerebrovascular diseases

The benefit of the thrombectomy using stents retrievers in the acute stroke phase is now demonstrated when there is a proximal occlusion of an intracranial artery, whatever its mechanism. The place of the anticoagulants in the management of cervical artery dissections remains uncertain, while the benefit of the blood pressure control in the secondary prevention of deep and lobar intracerebral hemorrhages is critical. The development of cardiac MRI, prolonged cardiac monitoring and transcranial doppler seems to improve the diagnosis of cardio-embolic sources of stroke.

Epilepsy

A specialized urgent-access single seizure clinic represents a model which reduces wait-times and improves patient access after a first fit. Co-locating a psychiatrist within outpatient epilepsy center leads to a reduction in psychiatric symptoms and people with psychogenic non-epileptic seizures. When neurologists around the world assess identical case scenarios for the diagnosis of epilepsy, concordance is between moderate and poor, showing that epilepsy diagnosis remains difficult. More than one third of elderly with new-onset epilepsy of unknown etiology exhibit temporal lobe atrophy on brain imaging.

Movement disorders

There is no major progress in the therapeutic approach of Parkinson’s disease but the discovery of new genetic markers such as glucocerebrosidase mutations may greatly change our knowledge of the disease process and may induce new therapeutic strategies in the future. The natural history of the disease is also better understood from the prodromal phase to the post-mortem analysis of the brain and the classification of the processes based on abnormal protein deposits.

Dementia

The respective value of biomarkers (amyloid imaging versus CSF biomarkers) for in vivo diagnosis of Alzheimer’s disease (AD) has been detailed. Therapeutic expectations mainly rely on anti-Aβ immunization trials performed in preclinical (and no longer prodromal) stages of AD, with the aim of slowing the evolution of neuronal loss. Besides a lot of communications on dementia genetics or physiopathogeny, fascinating and promising results were presented on deep brain stimulation for depression resistant to medical treatment.

Peripheral neuropathy

Ibudilast, administered with riluzole, is safe and tolerable in patients with amyotrophic lateral sclerosis (ALS), improves ALS function and delays progression. Patients with painful small fiber neuropathy have a high rate of mutations in the SCN9A gene, coding for Nav1.7 voltage-gated sodium-channels. Peripheral nerve lymphoma (NL) is a multifocal painful neuropathy that causes endoneurial inflammatory demyelination: primary NL is less severe than secondary NL, which occurs after remission, suggesting that nerve may be considered a “safe lymphoma haven”.

Multiple sclerosis (MS)

Biotin in progressive forms of MS and daclizumab in relapsing-remitting forms appear to be promising treatments. In case of failure of current first-line and/or second-line therapeutics, alemtuzumab may be an interesting alternative treatment. Teriflunomide, dimethyl fumarate and fingolimod are oral treatments with confirmed efficacy and acceptable safety. Besides vitamin D insufficiency and smoking, which are confirmed risk factors for the disease, testosterone insufficiency (in males) and obesity are emerging risk factors, which could also be corrected.

LINK

Sibon et al. American Academy of Neurology, Washington, 18–25 avril 2015. Rev Neurol 2015.

FINGER Study: Retardando declínio cognitivo

Por Maramelia Miranda

Ah… Tá!

Coisa fácil de fazer…

Finnish Geriatric Intervention Study to Prevent Cognitive Impairment and Disability – FINGER Study.

Na onda dos diversos estudos epidemiológicos que mostram benefício de boa dieta, atividade física e controle de fatores de risco cardiovasculares, finlandeses testaram uma terapia Multitask – TUDO JUNTO, de forma controlada.

Pegaram idosinhos de 60 a 77 anos, com risco aumentado para demência (escala de risco de demência > 6 pontos). Separaram em dois grupos, um com intervenção ativa e outro apenas com aconselhamento. Fizeram testes cognitivos antes e depois da intervenção.

No grupo com intervenção ativa, fizeram os idosos fazerem academia, exercícios aeróbicos regulares, musculação; junto com monitoração de fatores de risco cardiovascular regular; junto com sessões periódicas com nutricionistas para orientar dieta; e mais sessões semanais (3x semana) de atividade intelectual — individuais e em grupo. Não li o paper para ver os detalhes.

Colegas Neurocognitivos!!!! Se quiserem mandar suas resenhas, somos todos ouvidos (olhos)!!!!!! Mandem que publico na hora!

Bingo.

Quem declinou menos em 2 anos? Quem puxou ferro. Quem recebeu o tratamento intensivo Multi-Mega-Power-Blaster.

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A coisa está cada vez mais piorando para o nosso lado…

LINK

Ngandu et al. A 2 year multidomain intervention of diet, exercise, cognitive training, and vascular risk monitoring versus control to prevent cognitive decline in at-risk elderly people (FINGER): a randomised controlled trial. Lancet 2015.

Escalas e docs “na mão” para prescrever medicamentos de alto custo

Atenção colegas neuros !!!

Os postos que dispensam as drogas de alto custo aos pacientes estão exigindo cada vez mais algumas escalinhas neurológicas para prescrevermos os medicamentos para EM (esclerose múltipla) e DA (medicações para Alzheimer).

Abaixo, duas das que mais utilizo:

EDSS – Escala Expandida do Estado de Incapacidade – Tem que fazer a cada 3 meses, na renovação do processo dos medicamentos. Ainda vou arrumar uma versão para impressão mais fácil. Por enquanto, ficamos com essa aí.

EDSS

CDR – Clinical Dementia Rating – Recentemente a Secretaria de Saúde de São Paulo tem exigido, além do conhecido e difundido Mini Exame do estado Mental, esta outra escala na prescrição das drogas para DA. Esta versão da CDR está pronta para impressão e preenchimento no consultório ou ambulatório, lembrando que é necessária a assinatura do neurologista e identificação do paciente.

E para prescrever as medicações, os impressos abaixo:

LME – Farmácia de Alto Custo SP – Versão editável do impresso LME. Você digita o nome e dados do seu consultório e do paciente, droga, doses, seu CNS, e depois manda imprimir em PDF o documento. Pronto, está feito!

Link da Secretaria do Estado de SP – Lá você encontra a versão online para fazer a LME.

Lista de exames necessários – Farmácia de Alto Custo SP – Relação completa dos exames necessários na abertura e manutenção dos processos.

Lista de documentos gerais – Farmácia de Alto Custo SP

Check-list – Leia antes de prescrever o Fingolimode para seu paciente

Termo de Consentimento para Imunomoduladores – Farmácia de Alto Custo SP

Termo de Consentimento para inibidores da colinesterase – Doença Alzheimer – Farmácia de Alto Custo – SP

PS. Hoje, 20/02/2015, descobri o site do MS onde podemos ter acesso a todos os termos de consentimento para todas as drogas dispensadas pela farmácia de alto custo, graças à filha do meu paciente, Alessandra, que me mandou um link… Alê, perfeita sua dica!!! Confesso que procuro isso há anos na Internet…

Compartilho com vcs – AQUI. Cliquem nos links onde há o nome da doença, e aí vcs entram numa página onde há o termo de consentimento de cada droga, com a possibilidade de editar, digitar, como quiserem. Atentar que a lista está organizada por letras, portanto pesquise pelo medicamento, letra de início, depois entre na página seguinte, e assim vai (o site não é dos mais amigáveis para navegação…). Mesmo assim, e considerando que não está atualizado, é Maravilhoso!!!!!

Sono e beta-amilóide no Liquor: Em quem acreditar?

Olha a revista JAMA Neurology de novo…!!!!

Mais uma vez com uns trabalhos estranhos… E controversos.

Agora, neurologistas da Holanda estudaram 26 homens saudáveis, sem qualquer transtorno cognitivo ou do sono, e dividiram o grupo, avaliando a proteína beta-amilóide no LCR dos casos que dormiram normalmente (n=13) e nos 13 pacientes restantes submetidos à privação de sono por uma noite (24 horas acordados).

O grupo que havia dormido teve uma redução na quantidade de beta-amilóide do LCR de 6% (25pg/mL; p=0.04), o que não houve no grupo submetido à privação de sono.

Os níveis de concentração de beta-amilóide nas coletas à noite e na manhã seguinte foram diferentes nos grupos com sono normal e nos pacientes que passaram a noite em claro (P = .04), diferença que não ocorreu com os níveis de proteína Tau e fosfo Tau. Os autores concluem, com base nestes números, que a privação de sono interfere com a redução fisiológica da proteína beta amilóide do LCR. 

Ah… Entendi… Mas, pensando bem, me explica uma coisa…!

Fiquei confusa. 

Nestes casos, temos que falar com as pessoas certas. Fui comentar o tal estudo com o meu colega, chefe do setor de Liquor do Laboratório Fleury, onde trabalho, centro com uma boa experiência em exames de biomarcadores para demências no LCR… Ele fez a mesma cara que eu fiz, e que certamente vocês devem estar fazendo.

E me alertou sobre uma coisa esquisita::: Se os autores encontraram quedas de beta-amilóide no LCR nos casos que dormiram bem, para onde foi este amilóide? Se o achado do LCR de pacientes com DA é exatamente a queda de beta-amilóide, e a hipótese já comprovada é que este beta-amilóide que falta (que cai no LCR dos doentes com demência por DA) vai se depositar no cérebro, então dormir bem foi ruim ou bom?!?!?!?! A mesma JAMA Neurology publicou em 2013 um trabalho mostrando que níveis baixos de beta-amilóide no LCR tinha relação com sono mais ineficiente – Artigo AQUI…

Eu não estou entendendo. Nada.

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PS. Estou lendo muito a JAMA Neurology… Prometo que vou deixá-la um pouco de lado.

LINKS

Omms et al. Effect of 1 Night of Total Sleep Deprivation on Cerebrospinal Fluid β-Amyloid 42 in Healthy Middle-Aged MenA Randomized Clinical Trial. JAMA Neurology 2014.

Ju et al. Sleep Quality and Preclinical Alzheimer Disease. JAMA Neurology 2013.

Hidrocefalia de Pressão Normal: Acetazolamida funciona?!

Não sei, talvez funcione um pouco.

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É o que tentou responder um grupo de neurologistas da Universidade de Miami e da Cornell University. Este estudo piloto com apenas 8 casos de HPN, avaliando marcadores de neuroimagem após o tratamento com doses baixas de acetazolamida (125–375 mg/dia), droga comumente usada em hipertensão intracraniana idiopática (HII), ou pseudotumor cerebrii, foi publicado na edição mais recente da Neurology. O mesmo grupo já havia apresentado os resultados preliminares no congresso da AAN em 2012.

Alperin e colaboradores estudaram os volumes de hiperintensidades da substância branca global e periventriculares dos pacientes randomizados, e alterações da marcha (pela escala de Boon). Dos 8 casos incluídos no estudo, 5 responderam positivamente, com melhora média de 4 pontos na escala de Boon e redução significante do volume da hiperintensidade da substância branca periventricular (−6.1 ± 1.9 mL, p = 0,002), após o tratamento. Um dos casos não teve melhora, e outros 2 pioraram e foram encaminhados para cirurgia. Não houve redução significativa do volume da HSBP nos casos operados. 

Conclusão dos autores: Baixas doses de acetazolamida podem reduzir a hiperintensidades de substância branca periventriculares da HPN e melhorar sintomas de marcha em casos de HPN idiopática. Adicionalmente, advogam que a volumetria das hiperintensidades da substância branca periventriculares, feitas pela RM, é um potencial marcador radiológico de desfechos dos casos de HPN, que podem ser utilizados em estudos futuros.

LINKS

Relken et al. Apresentação do piloto do trabalho na AAN 2012.

Alperin et al. Low-dose acetazolamide reverses periventricular white matter hyperintensities in iNPH. Neurology 2014.