Hit me with your best shot – Pat Benatar
Author: Maramelia Miranda
DAWN Trial: Interrompido precocemente!!!
A Stryker, produtora do stentriever Trevo, anunciou a interrupção do DAWN.
Ou foi positivo demais, ou foi negativo. aposto na primeira hipótese.
Vamos ver no que deu, no congresso europeu, daqui a 2 meses, em Praga.
O que é o DAWN Trial?
Estudo multicêntrico e internacional com o intuito de comparar o tratamento com trombectomia (usando device Trevo) + terapia médica vs terapia médica isolada, em casos de AVCi com oclusão arterial aguda e tempo de início dos sintomas de 6 a 24h (incluídos aí pacientes do tipo wake-up stroke ou pacientes que chegavam tardiamente à emergência).
Opa! Olha o SOCRATES aí mostrando o ar da graça…
Ho ho ho… Vejam só o que os pesquisadores do SOCRATES estavam guardando na manga… Depois de um estudo negativo, aquele discursinho insosso, deprimido, sem nenhuma empolgação, que foi a apresentação deles no congresso americano do ano passado, e, claro, guardadas as devidas proporções por serem dados de uma análise post-hoc, até que não é pra se jogar fora o que foi publicado na Lancet este mês.
Análise de subgrupo de pacientes do estudo SOCRATES, que comparou aspirina e ticagrelor nos pacientes com AVCi, pegaram os que tinham aterosclerose carotídea ipsilateral ao AVC índice, e encontraram o grupo com Ticagrelor com menos eventos de desfechos combinados do que o grupo tratado com aspirina (6,7 vs 9,6%)… HR 0·68 [95% CI 0·53–0·88]; p=0·003.
Bem. Fishing or not fishing, it is a number!!! Acho que devemos considerar.
E vocês? O que acham??? Ainda não li o artigo. Vamos atrás disso.
CLEAR III: Publicado (finalmente)!
Anos e anos de trabalho duro. Ufa. Agora foi. Estes dados foram apresentados pelo Prof. Hanley no ISC do ano passado, mas os slides não ficaram disponíveis no site da AHA, e foi um dos poucos trabalhos apresentados que não teve seu paper publicado na sequência.
n=500, pacientes com hematoma intracraniano < 30ml, com hemorragia intraventricular com obstrução dos 3o. e 4o. ventrículos, testando a terapia de colocação de DVE versus colocação de DVE + infusão de rTPA intraventricular.
A dose de rTPA usada foi 1mg de rTPA a cada 8/8h, pelo cateter de DVE.
Desfecho primário = mRS (Rankin) de 0 a 3.
Maioria dos pacientes (57-60%) foram de hematomas talâmicos com inundação ventricular. 8 a 11% eram hemorragias intraventriculares puras. 27% dos casos foram tratados com a colocação de dois cateteres (um em cada ventrículo), para auxiliar a monitoração da PIC e ao mesmo tempo, colocar o trombolítico em um deles. O cateter no ventrículo pior era usado para adminsitrar a droga, e o cateter no ventrículo mais limpo era usado para monitorar a PIC e drenar o líquor.
O grupo ativo, tratado com alteplase, receberam média de 5 doses, com duração de 1 a 2 dias de terapia trombolítica intraventricular, até a abertura / ventrículos limpos, radiologicamente (pela TC de controle).
Em relação à melhora clínica, o estudo foi negativo, com o detalhe que a mortalidade em 6m foi de 30 vs 19% a favor dos pacientes que receberam trombolítico. Neste grupo houve um desvio dos casos que não morreram, para o Rankin 5.
No final, é um estudo importante para mostrar que o rTPA intraventricular é seguro, mas a técnica precisa ser apurada e a seleção dos pacientes deve ser repensada. Acho que a história do CLEAR não acaba aqui…
Rabinstein A. Intracerebral haemorrhage: no good treatment but treatment helps. Lancet 2017. Editorial.
Alvos de Pressão Arterial: ACCORD, e agora SPRINT Trials
Guia rápido para alvos de pressão arterial. Comentário na JAMA, com links dos principais artigos.
Chobanian A. Hypertension in 2017—What Is the Right Target? JAMA 2017
Wright et al. A randomized trial of intensive vs standard blood-pressure control. N Engl J Med 2015.
Nova classificação de crises epilépticas da ILAE
A última classificação da ILAE para as crises epiléticas era de 1981!!!! Vejam só, antes mesmo da década dos Milleniuns!!!!
33 anos depois, a ILAE Classification Task Force agora aprova um novo sistema de classificação, ainda não publicado, mas apresentado no recente congresso americano de Epilepsia 2016, em Houston, USA.
O sistema novo categoriza basicamente as crises entre as crises com e sem consciência. Este item – consciência, é bastante considerado no novo sistema proposto.
Crises parciais simples –> pela novo sistema serão chamadas de “crise focal consciente” – “focal aware”.
Crises parciais complexas –> “crise focal com consciência alterada”.
Crises com preservação da consciência do tipo mioclônicas, atônicas, focais clônicas e focais tônicas –> agora são classificadas como focais, e não generalizadas, como na classificação antiga.
Anteriormente, a definição era da presença de 2 ou mais crises epilépticas com intervalos entre as crises de no mínimo 24 horas. A revisão apresentada agora define Epilepsia como pelo menos uma crise com a possibilidade alta de recorrência desta, de forma a encorajar o diagnóstico precoce e seu devido tratamento.
A definição revisada da ILAE de Epilepsia, publicada há 2 anos, adotava o critério de que a doença se “resolve” se o paciente fica livre de crises por pelo menos 10 anos, com os últimos 5 anos sem crises e sem agentes antiepilépticos.
American Epilepsy Society (AES) 2016 Annual Meeting. “Symposium: The New Definition and Classification of Epilepsy.” Presented December 2, 2016.
P Anderson. New ILAE Classification System for Seizures. Medscape Neurology 2016.
Musica da semana
Hungry Heart, muuuito anos 80!!!!!!
Ovos e AVC
Está publicado. Só achei a quantidade pequena…