Wall Street Journal atento aos avanços da trombectomia no tratamento do AVC…

E no Brasil, enquanto isso, milhares de vítimas que poderiam se beneficiar com o tratamento, não tem acesso, porque o SUS não paga os materiais, nem há a devida organização da rede de atendimento na grande maioria dos locais.

Conversei ontem mesmo com o residente da Neuro de um grande hospital público de SP, onde há uma média de 8 a 10 casos de AVCI agudo com oclusão de grande artéria POR MÊS!, e onde, óbvio, não há à disposição do centro de Neurorradiologia, os materiais necessários para a técnica.

E o que acontece? Os pacientes até chegam, mas não recebem o tratamento adequado.

trombectomia

Triste. Muito triste a situação do Brasil nessa área, para atender os mais necessitados…

Veja as matérias em vídeo e texto do WSJ abaixo – nos LINKS.

http://www.wsj.com/video/a-revolution-in-stroke-care-thrombectomy/76C9B372-6D13-49A8-ACC3-186EC32F9722.html

video-wsj

https://www.wsj.com/articles/a-treatment-is-revolutionizing-stroke-carebut-not-everyone-receives-it-1517933226

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Nova resolução do CFM sobre Morte Encefálica

Atualizado em Fevereiro de 2018.

Tags: Morte encefálica, protocolo novo, protocolo 2017, nova resolução de morte encefálica.

O Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou em dezembro de 2017 uma atualização dos critérios para a definição de morte encefálica. A Resolução nova, de nº 2.173/17, substitui a de nº 1.480/97.

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A nova Resolução do CFM nº 2.173/17 estabelece que os procedimentos para a determinação da morte encefálica devem ser iniciados em todos os pacientes que apresentem coma não perceptivo, ausência de reatividade supraespinhal e apneia persistente.

O quadro clínico do paciente também deve apresentar todos os seguintes pré-requisitos:

  • presença de lesão encefálica de causa conhecida e irreversível;
  • ausência de fatores tratáveis que possam confundir o diagnóstico;
  • tratamento e observação no hospital pelo período mínimo de seis horas;
  • temperatura corporal superior a 35º graus;
  • saturação arterial de acordo com critérios estabelecidos pela Resolução.

Procedimentos para o diagnóstico de Morte Encefálica

Além do exame clínico, que deve ser realizado por dois médicos diferentes, o novo protocolo reduz o intervalo entre os testes clínicos para o mínimo de uma hora entre a primeira e a segunda bateria de testes. Além disso, é necessário apenas um teste de apneia e um exame complementar. Anteriormente, o exame clínico era vedado a um neurologista e outro médico não-especialista. Com a nova resolução, podem fazer os exames médicos neurologistas, neurocirurgiões, intensivistas e emergencistas que tenham experiência com os testes clínicos.

Entre os exames complementares recomendados, estão a a angiografia cerebral, o eletroencefalograma, o doppler transcraniano e a cintilografia cerebral. O laudo deve ser assinado por profissional com comprovada experiência e capacitação para a realização desse tipo de exame.

Veja, abaixo, as principais diferenças entre as duas normativas, antiga e de 2017.

Resolução 1.480/97 Resolução 2.173/17
Parâmetros clínicos para o início do diagnóstico

Coma aperceptivo com ausência de atividade motora supraespinal  e apneia.

Parâmetros clínicos para o início do diagnóstico

Coma não perceptivo, ausência de reatividade supraespinhal, apneia persistente, lesão encefálica de causa conhecida, irreversível e capaz de causar a morte encefálica, ausência de fatores tratáveis que possam confundir o diagnóstico de morte encefálica. Temperatura corporal superior a 35º, saturação arterial de oxigênio acima de 94% e pressão arterial sistólica maior ou igual a 100 mmHg para adultos.

Tempo de observação para que seja iniciado o diagnóstico

Não tinha

Tempo de observação para que seja iniciado o diagnóstico

Mínimo de 6 horas

Quando a causa fora encefalopatia hipóxico-isquêmica, a observação deve ser de 24 horas.

Intervalo mínimo entre as duas avaliações clínicas

De 7 dias a 2 meses incompletos – 48 horas

De 2 meses a 1 ano incompleto – 24 horas

De 1 ano a 2 anos incompletos – 12 horas

Acima de 2 anos – 6 horas

Intervalo mínimo entre as duas avaliações clínicas

De 7 dias a 2 meses incompletos – 24 horas

De 2 meses a 24 meses incompletos – 12 horas

Acima de 2 anos – 1 hora

Confirmação da morte encefálica

a) Exames clínicos, realizados por médicos diferentes, e exames complementares, realizados em intervalos de tempos variáveis;

b) Os exames complementares devem demonstrar: ausência de atividade elétrica cerebral, ou ausência de atividade metabólica cerebral ou ausência de perfusão sanguínea cerebral.

Confirmação da morte encefálica

a) Dois exames clínicos, por médicos diferentes, especificamente capacitados para confirmar o coma não perceptivo e a ausência de função do tronco encefálico;

b) um teste de apneia;

c) um exame complementar que comprove a ausência de atividade encefálica. Este exame deve comprovar: ausência de perfusão sanguínea encefálica, ou ausência de atividade metabólica encefálica ou ausência de atividade elétrica encefálica.

Formação dos médicos examinadores

a) Decreto 2.268/97 (revogado pelo decreto 9.175/17) estabelecia que um dos dois médicos confirmadores da morte encefálica deveria ser neurologista;

b) mesmo decreto estabelecia que nenhum desses médicos poderiam fazer parte da equipe de transplante.

Formação dos médicos examinadores

a) Será considerado capacitado o médico com um ano de experiência no atendimento de pacientes em coma e que tenha acompanhado ou realizado pelo menos dez determinações de morte encefálica, ou que tenha realizado curso de capacitação para determinação de morte encefálica;

b) Um dos médicos capacitado para o diagnóstico de morte encefálica deverá ser especialista em uma das seguintes especialidades: medicina intensiva, medicina intensiva pediátrica, neurologia, neurologia pediátrica, neurocirurgia ou medicina de emergência.

c) Nenhum desses médicos poderá fazer parte da equipe de transplante.

LINKS

Resolução publicada no DOU em 22 dezembro de 2017.

Dawn Trial publicado na NEJM!

Neste final de semana, a NEJM publicou o artigo completo do estudo DAWN, em concomitância com a apresentação de novos dados de sub-análise do estudo, durante o congresso anual da Society of Vascular and Interventional Neurology (SVIN), em Boston, EUA.

Pra relembrar, o estudo DAWN, trial multicêntrico americano coordenado pelos neurointervencionistas Raul Nogueira e Tudor Jovin, foi interrompido por eficácia após 200 doentes randomizados, com seus dados apresentados em maio deste ano, no ESOC (European Stroke Organisation Conference), e demonstrou excelentes resultados no tratamento com trombectomia mecânica para pacientes selecionados com mismatch clínico-radiológico, entre 6 a 24 horas.

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Parabéns aos neurorradiologistas pelo brilhante trabalho, e a todos nós, neurovasculares, que agora temos à disposição, com evidência comprovada, uma terapia a ser dada aos pacientes com Wake-up strokes, e naqueles casos tardios (6 a 24 horas) com grande penumbra isquêmica e infartos definitivos pequenos.

Luta futura: implantar protocolos, logística, pré-hospitalar efetivo, e adicionar este tratamento aos nossos pacientes menos favorecidos, na rede pública de saúde do Brasil.

E que venham os resultados do DEFUSE 3!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

LINKS

Nogueira et al. Thrombectomy 6 to 24 Hours after Stroke with a Mismatch between Deficit and Infarct. NEJM 2017. 

Hacke W. A New DAWN for Imaging-Based Selection in the Treatment of Acute Stroke. NEJM 2017. Editorial.

SVIN 2017. Landmark DAWN study presented at SVIN meeting with New England Journal of Medicine release. Nov 2017. 

 

Hipovitaminose D é fator de risco para Esclerose Múltipla

Um estudo grande, de uma coorte finlandesa de mais de 800.000 mulheres, avaliou a ocorrência de EM na população com biobanco coletado, e encontrou 1.092 casos de surgimento da doença. Comparando com casos-controle (n=2.123) na mesma área de residência dos casos, os pesquisadores da Harvard encontraram números interessantes, que vem, mais uma vez, confirmar a relação de causalidade entre a hipovitaminose D e a ocorrência de EM.

Grifo o texto do Abstract do artigo, publicado na Neurology em setembro passado:

“Results: A 50 nmol/L increase in 25(OH)D was associated with a 39% reduced risk of MS (RR 0.61, 95% CI 0.44–0.85), p = 0.003. Women with 25(OH)D levels <30 nmol/L had a 43% higher MS risk (RR 1.43, 95% CI 1.02–1.99, p = 0.04) as compared to women with levels ≥50 nmol/L. In women with ≥2 samples, MS risk was 2-fold higher in women with 25(OH)D <30 nmol/L as compared to women with 25(OH)D ≥50 nmol/L (RR 2.02, 95% CI 1.18–3.45, p = 0.01).”

LINKS

Munger et al. 25-Hydroxyvitamin D deficiency and risk of MS among women in the Finnish Maternity Cohort. Neurology 2017. 

Marrie & Beck. Preventing multiple sclerosis To (take) vitamin D or not to (take) vitamin D? Neurology 2017. Editorial.

Brasileiros no Congresso Internacional da Neurocritical Care Society

Brasucas fazendo bonito este ano no Havaí, no congresso anual da Neurocritical Care Society.

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Nosso atual presidente da ABNI, Pedro Kurtz, do Instituto Paulo Niemeyer, do Rio de Janeiro, Leonardo Manoel e Gisele Sampaio Silva, ambos de São Paulo, representaram bem o Brasil no encontro deste ano, participando ativamente com apresentação de aulas e coordenação de cursos.

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Refrigerantes Diet aumentam risco de AVC e Demência

Você é igual a muitos, como eu e alguns amigos e amigas fanáticas, que addooooooooram (ou adoravam) uma Coca-cola Zero daquelas beeeeemmmmmm geladas?!?!?!

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Deu água na boca?!?!?!

Então leia, e tente achar algum erro estatístico no paper abaixo, publicado recentemente pela Stroke.

Depois a gente conversa.

LINKS

Pase et al. Sugar- and Artificially Sweetened Beverages and the Risks of Incident Stroke and Dementia. A Prospective cohort. Stroke 2017. 

Wersching et al. Sugar-Sweetened and Artificially Sweetened Beverages in Relation to Stroke and Dementia. Are Soft Drinks Hard on the Brain? Stroke 2017. Editorial.