Filme: Cloud Atlas (título em português – A Viagem). 2012. Dir.: Tom Tykwer, Andy Wachowski, Lana Wachowski (isso mesmo – 3 diretores). Maravilhoso, maravilhoso. Prepare seus neurônios, demora para cair a ficha.
Ainda em ajustes, falta organizar as pastas, definir uns detalhes, inserir o logo novo… Em breve poderão ver o visual final. Por enquanto uma palhinha do que será…
Zaidman e colaboradores, da Washington University, em St Louis, publicaram recentemente na conceituada revista Neurology, um estudo pequeno, retrospectivo, avaliando 53 pacientes referidos para o seu laboratório de ultrassom, dos quais 87% tinham doença do nervo periférico comprovada por estudo eletrofisiológico ou biópsia.
Os autores avaliaram, neste grupo de pacientes que tinham os dois exames complementares, a sensibilidade e especificidade do ultrassom neuromuscular (USNM) em comparação com a ressonância magnética de nervo (RM).
O que encontraram? Uma maior sensibilidade do USNM para detecção de lesões – 93% do USNM vs 67% da RM (43/46 casos com doença (+) pelo USNM; versus 31/46 com doença (+) pela RM). P<0.001.
A especificidade foi semelhante entre os dois métodos: 86% de chance de exclusão de patologia neuromuscular para US ou RM.
As doenças ou alterações que foram visualizadas no USNM, mas não pela RM foram: espessamento de nervo periférico (n=8), tumor da bainha nervosa (n=3), compressão por feixe muscular anômalo (n=1) e hemangioma (n=1).
Vantagens do USNM:
– menor custo, maior rapidez do exame;
– maior resolução espacial;
– imagem do nervo em continuidade (diferentemente da RM, em slices);
– maior facilidade de comparação do lado normal vs anormal;
– maior facilidade de detectar alterações segmentares do calibre do nervo.
Vantagens da RM:
– Maior contraste entre tecidos;
– Melhor imagem de estruturas profundas, nervos próximos ao osso;
– Melhor caracterização de estruturas e realces com uso de contraste e diferentes sequências de ressonância.
Por fim, o estudo sugere uma abordagem diagnóstica, onde, no algoritmo de avaliação inicial por imagem da neuropatia periférica, caso o local da suspeita de neuropatia possa ser estudada por US , priorizar este método ao invés da indicação direta de neurografia por RM.
Algoritmo sugerido para a avaliação por imagem das lesões de nervo periférico. Adaptado, com permissão de C. Zaidman (autor). Clique na imagem para ampliar.
* Dra. Maramelia Miranda é neurologista e neurossonologista da UNIFESP e do Fleury-SP; Dr. Marcos Lange é neurologista e neurossonologista do Hosp. de Clínicas, UFPR.
Já está disponível no site do Ministério da Saúde, o novo e atualizado Manual de Rotinas para Atenção ao AVC, organizado pela Dra. Sheila Martins (RS) em parceria com o Ministério e diversos colaboradores. Seu formato é bastante interessante, um guia rápido-direto-mas-completo, para os profissionais de enfermagem, médicos emergencistas e neurologistas que atuam com o AVC agudo. Boa pedida!
Sabemos todos que a doença AVC Hemorrágico (AVCh), em 2013, ainda é um desafio para todos nós neurologistas, neurointensivistas e neurocirurgiões que lidamos diariamente com Neurologia Vascular.
Nos últimos anos, os principais estudos avaliando drogas (FAST – fator VII ativado), intenvenções clínicas (Interact fase II – redução da PA na fase aguda) e cirúrgicas na fase aguda (STICH – trial sobre cirurgia), foram negativos.
Finalmente, este ano de 2013 promete!!! Direto de Honolulu, no Havaí, o Dr. Daniel Hanley (PI do MISTIE e CLEAR III trials) apresentou hoje, no International Stroke Conference 2013, os dados iniciais do MISTIE trial – “Minimally Invasive Surgery plus tPA for Intracerebral Hemorrhage Evacuation”, um estudo prospectivo e controlado, financiado pelo NINDS, que testa o tratamento do AVCh com drenagem via cateter – a cirurgia mimimamente invasiva, associada à infusão local de rTPA.
A hipótese é a mais simples possível: reduzir o tamanho do hematoma na fase aguda, e esperar que haja consequente redução da mortalidade e melhora do desfecho clínico.
Colegas, os dados, embora de uma amostra pequena do estudo fase II, são extremamente animadores:
14% de melhores desfechos (escores 0 a 2) na escala modificada de Rankin, a favor do braço tratado com MIS (cirurgia minimamente invasiva) +rTPA local
Menor tempo de permanência hospitalar nos sujeitos tratados com cirurgia
Menor porcentagem de pacientes em instituições de longa permanência no grupo cirúrgico
Custo por paciente menor em cerca de U$44.000, a favor do grupo cirúrgico
Desfecho funcional pela escala modificada de Rankin, entre os grupos de tratamento clínico vs cirúrgico.
Os dados completos da apresentação do Dr. Hanley – slides, números, tabelas e tudo mais… Estão com livre acesso na homepage da ISC 2013 / AHA – AQUI.
E em Maio de 2013, em Londres, o Interact II será apresentado… Será que o controle agressivo da PA na fase aguda é benéfico?!!!!
Com os resultados do MISTIE II, agora esperamos ansiosos a convocação para o MISTIE III, para testar os achados do estudo de fase II em uma amostra maior de pacientes!!!!!
Não custa lembrar que, neste estudo, a técnica usada foi de cirurgia mimimamente invasiva, com drenagem via cateteres e uso de rTPA para dissolução do coágulo. Ou seja, nada de ficarmos por aí, a partir de agora, indicando cirurgias /craniotomias abertas… Just to remember!
E para a nossa prática, só nos resta aguardar o futuro, e se preparar para o que virá: atenção colegas neurocirurgiões, vamos aprender a fazer esta tal de cirurgia mimimamente invasiva?!!!! Com infusão adicional local de rTPA???!!!!!
Leiam o material da apresentação… LINKS AQUI e AQUI. Números muito interessantes…
Ah…! Agora quero ver…! Será que vou continuar “pegando” os vários pacientes com prescrições de valaciclovir (como costumeiramente pego!) nas Paralisias de Bell??? Continuarão os defensores dos antivirais a prescrevê-los indiscriminadamente por aí…???
Não costumo (re)postar conteúdo de outros sites aqui no Blog, mas este artigo-entrevista com Dr. Concetta M. Tomaino, colega de pesquisas do mais famoso neurologista-escritor Oliver Sacks, fala lindamente sobre os efeitos da música em algumas doenças na área de Neurologia, como Parkinson, demências e afasias… Que texto realmente interessante…!
Atenção: nada de ficar ouvindo… Ou pior! Prescrevendo aos seus pacientinhos: Luan Santana, Gustavo Lima, Michel Teló, Calipso, Empreguetes, entre outras “coisas” deste nível…