Antiepilépticos: Mecanismos de ação, doses e indicações

 

Por que saber tudo sobre os antiepilépticos é importante?
Os fármacos antiepilépticos (FAEs) são a base do tratamento da epilepsia e muito importantes no tratamento das crises sintomáticas agudas, atuação frequente de neurologistas, mas sua eficácia e segurança dependem da escolha correta, ajuste e titulação de dose, e a correta compreensão dos mecanismos farmacológicos. Adaptei aqui uma tabela comparativa de drogas antiepilépticas, com doses, mecanismos de ação de antiepilépticos, e indicações específicas para cada tipo de crise, que irão te ajudar a escolher o melhor antiepiléptico para cada diferente situação:

  1. Precisão Terapêutica: Escolher o FAE errado pode não controlar as crises (Ex.: carbamazepina em ausências).

  2. Minimizar Efeitos Adversos: Fenobarbital causa sedação e problemas cognitivos a longo prazo; valproato tem risco hepatotóxico; qual a dose correta de levetiracetam para epilepsia.

  3. Personalização: Epilepsias focais vs. generalizadas exigem abordagens distintas.

 

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Pinto et al. Practices in the prescription of antiseizure medications: is it time to change? Arq Neuropsiq 2024. Excelente artigo de revisão, bem prático, sobre os antigos e atuais anticrise, comentando a respeito de uso em gestação, efeitos adversos e dicas práticas em comorbidades. 

Classificação nova (de novo!) da ILAE para Crises Epilépticas

Olha…
Quem deseja dar uma esganadinha na ILAE?! Levanta a mão!!!!!  kkkkkkkkkk

Sei não… Já estou achando que essa coisa de trocar os nomes termos classificação praticamente a cada dois anos é proposital, apenas pra obrigar a gente que é neurologista a estudar tudo de novo…

Olhem essa timeline de mudanças de nomes e termos…

E aqui… Os termos novos…

 

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Beniczky et al. Updated classification of epileptic seizures: Position paper of the International League Against Epilepsy Epilepsia 2025.

Beniczky et al. Updating the ILAE seizure classification. Epilepsia 2025.

ATENÇÃO: Dados do registro ATTENTION, sobre AVCi e oclusão de basilar

Após muitas comemorações no congresso europeu de AVC deste ano, em Lyon, com a apresentação dos resultados favoráveis ao tratamento de trombectomia mecânica no AVCi por oclusão aguda da artéria basilar, poderemos ter um gostinho dos dados do estudo com a publicação de ontem, na revista Circulation, dos resultados do estudo de registro ATTENTION, base de dados dos centros chineses que participaram do estudo randomizado controlado do mesmo nome, apresentado no ESOC 2022.

Atenção: Estes resultados não são os resultados do RCT ATTENTION, mas apenas do estudo de registro nos centros participantes. Não nos confundamos!!!!

Segundo informações colhidas, o RCT está no prelo, a ser publicado em breve!

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Tao et al. Endovascular Treatment Versus Best Medical Management in Acute Basilar Artery Occlusion Strokes: Results From the ATTENTION Multicenter Registry. Circulation 2022. 

Padrão de onda da PIC por método não-invasivo em NeuroUTI: É possível, e confiável!

Usando o monitor de PIC não-invasivo de tecnologia desenvolvida inteiramente brasileira, o Brain4Care, nosso colega neurologista, Dr. Fabiano Moulin, liderado pela Profa. Gisele Sampaio, ambos da UNIFESP/EPM, avaliou e comparou a hipertensão intracraniana (HIC) usando diferentes métodos (Brain4Care, US da bainha de nervo óptico e Doppler Transcraniano) – com a PIC invasiva em pacientes com HIC portadores de HSA, AVC isquêmico e Hemorrágico. Trabalho duro, de 4 anos, concluído como sua tese de Doutorado, e agora publicados os resultados dos dados do Brain4Care, no Journal NeurocriticalCare.

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Curva da PICni (PIC não-invasiva) demonstrada em monitor com a tecnologia brasileira Brain4Care. A razão P2/P1 (morfologia de onda alterada visualizada na PICni) teve correlação forte com a PIC invasiva, no estudo da UNIFESP liderado pelo Dr. Fabiano Moulin. 

 

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Moraes et al. Waveform Morphology as a Surrogate for ICP Monitoring: A Comparison Between an Invasive and a Noninvasive Method. Neurocritical Care 2022.

 

Minishunt para Hidrocefalia por via endovascular: Nova tecnologia pode mudar abordagem da doença

Vejam que incrível! Shunt para hidrocefalia colocado por via endovascular, pelo seio venoso, para tratar a doença. Agora, a questão é avaliar segurança, eficácia, pontos positivos, pontos negativos,onde pode, e onde não pode usar o device…

Onde iremos parar com as tecnologias de cateteres e neurointervencionistas?

Foto do dispositivo e desenho esquemático do procedimento, retirada do artigo original (clique na foto para ver em detalhes)***.

 

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Lylyk et al. First-in-human endovascular treatment of hydrocephalus with a miniature biomimetic transdural shunt. J Neurointerv Surg 2021. 

 

*** Divulgação e publicação da foto em acordo com a Creative Commons Attribution; conteúdo pode ser divulgado livremente, desde que de forma não-comercial.

The World Brain Death Project: Proposta de definições e critérios para Morte Encefálica

Publicado como formato de Special Communication na JAMA este mês, o The World Brain Death Project é um trabalho de mais de 5 anos de um grupo de intensivistas e neurointensivistas de vários países, capitaneado pelo Dr. Gene Sung, ex-presidente da Neurocritical Care Society, tentando mapear as definições e práticas que envolvem a determinação de Morte Encefálica no mundo. O imenso trabalho do grupo gerou o documento, que propõe critérios mínimos para o seu diagnóstico, sem a necessidade de testes complementares, como ocorre na maioria dos países com protocolos formais e instituídos.

Embora tenha sido publicado como artigo especial, e não especificamente como uma diretriz ou guideline, é um trabalho detalhado e primoroso de pesquisa das diferentes práticas em Morte Encefálica em inúmeros países de todo o mundo, e compilando estas informações sobre as diferentes definições para uma tentativa de se chegar a um consenso mínimo.

O artigo é longo, tem várias tabelas muito interessantes, sobre os testes ancilares; há nada menos do que 17! Sim, 17 materiais (artigos) suplementares… E, por óbvio, um editorial também foi publicado.

Muito interessante a leitura! Vejam o artigo, e os gaps presentes. Senti falta de endosso de sociedades médicas importantes… Tirando isso, muito bom.

 

LINKS

Greer et al. Determination of Brain Death/Death by Neurologic Criteria. The World Brain Death Project. JAMA 2020. 

Truog et al. Brain Death—Moving Beyond Consistency in the Diagnostic Criteria. JAMA 2020. Editorial.

Conversation with Dr. Bauchner (editor of JAMA) and authors of the document. AQUI. Conversa entre editor-in-chief da JAMA e os autores do Special Report, Drs. Gene Sung e Ariane Lewis.