Aplicativo AVC Brasil – Rede Brasil AVC

A Rede Brasil AVC lançou ontem nas redes sociais, com um vídeo da cantora Paula Fernandes, o Aplicativo AVC Brasil. O aplicativo GRATUITO já está disponível nas lojas dos sistemas Android e IOS.

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A proposta do aplicativo é mostrar informações sobre o Acidente Vascular Cerebral (AVC) e informar geograficamente os hospitais especializados para o atendimento da doença de acordo com o local onde o usuário acessa o app. E uma das funções mais legais é a possibilidade de chamar o serviço de emergência, contato pessoal do usuário ou hospital de contato, apenas com 3 toques no celular, bastando para isso cadastrar o número de seu familiar numa emergência, e do hospital onde quer chamar nestas situações.

Ou seja, muito legal!

Trombectomia em M2: Análise Retrospectiva

Há discussão se vale a pena ASPECTS <6, se vale a pena abrir basilar, M2, porque os grandes trials não avaliaram especificamente esses casos.

Foi realmente uma minoria com estas características.

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Este estudo publicado agora lança uma direção de que deve valer a pena mexer em oclusões de M2.

LINKS

Sarraj et al. Endovascular Therapy for Acute Ischemic Stroke With Occlusion of the Middle Cerebral Artery M2 Segment. JAMA Neurology 2016.

Coutinho J. Mechanical Thrombectomy for StrokeHow Distal Can We Go? JAMA Neurology 2016. Editorial.

Tempo para o tratamento na trombectomia: Metanálise na JAMA

Acesso free.

Quanto mais tempo demorou a trombectomia, menores diferenças de tratamento foram observadas:

  • cOR em 3h, 2.79 (95% CI, 1.96 to 3.98), absolute risk difference (ARD) para melhor escore funcional, 39.2%;
  • cOR em 6h, 1.98 (95% CI, 1.30 to 3.00), ARD, 30.2%;
  • cOR em 8h,1.57 (95% CI, 0.86 to 2.88), ARD, 15.7%.

Na análise, trombectomia realizada além de 7h e 18 minutos não teve diferenças em relação ao rTPA EV.

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Pra fazer após 7h… Ficamos na mesma…

 

LINKS

Saver et al. Time to Treatment With Endovascular Thrombectomy and Outcomes From Ischemic Stroke: A Meta-analysis. JAMA 2016.

Manejo neurointensivo do hematoma intracraniano na Critical Care

tags: hematoma intracraniano, AVCH, manejo neurointensivo, NeuroUTI, expansão do hematoma, tratamento do AVCh, pressão arterial no AVCh

Artigo show do colega Leonardo Manoel, na Critical Care deste mês. Trata-se de uma revisão super atualizada do manejo de pacientes com hemorragia intraparenquimatosa, o AVCh, abordando a fase crítica destes pacientes, como a estabilização inicial, diagnóstico, graduação de severidade dos casos, manejo da pressão arterial e expansão do hematoma.

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O artigo está com acesso aberto na revista.

LINKS

de Oliveira Manoel et al. The critical care management of spontaneous intracranial hemorrhage: a contemporary review. Crit Care 2016.

Tomografia portátil na ambulância: Estudo negativo!

As ambulâncias com TC portátil, pensadas para o atendimento de vítimas de AVC, ao instituir rapidamente a terapia trombolítica, começaram a ser testadas na Alemanha em 2011. Depois, o grupo de Cleveland começou a estudar também esta solução, com a intenção de reduzir o tempo de início dos sintomas para a administração de rTPA em pacientes elegíveis para este tratamento. Apresentações de ambos os grupos, dos seus dados iniciais, feitas nos congressos, mostraram uma expressiva diminuição dos tempos porta agulha. A lógica é que isso poderia traduzir-se em melhor desfecho clínico aos pacientes…

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O grupo alemão, agora, publica os resultados a longo prazo do uso dos chamados veículos STEMO (Specialised CT-equipped mobile stroke treatment units).

O artigo, publicado na Lancet Neurology, mostrou que os desfechos clínicos em 3 meses após o AVC foi similar no grupo tratado com uso dos veículos STEMO, comparando-se a terapia convencional feita no hospital – detalhe – com os pacientes levados em sistema pré-hospitalar normal na cidade de Berlim, para a Universidade de Berlim (Charité Campus Benjamin Franklin). O desfecho primário medido foi Rankin modificado de 0 ou 1.

Resultados.

n=305 pacientes que usaram o STEMO; n= 353 no grupo de terapia normal. Não houve diferenças no desfecho primário medido: 53% dos casos que usaram STEMO vs 47% no grupo hospitalar tiveram mRS de 0 ou 1 (p=0,14).

Conclusão

Não houve diferenças… Que tristeza. Terá sido porque em Berlim eles trombolisam muito muito rápido os casos hospitalares? Por que será este achado???

Veja o que os autores escrevem no Abstract:

“We found no signifi cant diff erence between the proportion of patients with a mRS score of 1 or lower receiving STEMO care compared with conventional care. However, our results suggest that pre-hospital start of intravenous thrombolysis might lead to improved functional outcome in patients. This evidence requires substantiation in future large-scale trials. “

LINKS

Kunz et al. Functional outcomes of pre-hospital thrombolysis in a mobile stroke treatment unit compared with conventional care: an observational registry study. Lancet Neurology 2016.

Fechar ou não fechar FOPs em AVCi criptogênico: A saga nunca acaba…

O statement da Academia Americana de Neurologia, publicado há 6 dias, foi atualizado de sua anterior versão de 2004… Fala basicamente dos 3 grandes trials e que só devemos fechar FOPs nos pacientes com AVCi criptogênico se o paciente recorrer em vigência de terapia médica otimizada e regular… E quando indicar, a prótese usada deve ser AMPLATZER.

… E que não adianta anticoagular. A terapia de primeira linha é a velha e boa aspirina mesmo.

A revisão sistemática feita pelos chineses na revista Stroke também mostrou efeito similar da terapia médica versus endovascular… Veja o que os chineses concluem:

“The combined data from recent randomized controlled trials have shown no statistically significant differences between TDC and medical therapy in the prevention of recurrent ischemic stroke. The Amplatzer device closure showed a trend of protective effect in recurrent stroke compared with medical therapy, but this was associated with a significantly increased risk of atrial fibrillation. TDC closure was associated an increased risk of atrial fibrillation but not serious adverse events.”

Mâs…!!!!!!!!! (como dizem nossos amigos gaúchos… 😉

Nenhum dos artigos incluiu os dados de maior follow up do RESPECT… Gente… Tá demorando para publicar isso, eih?!?!?!

Não que eu seja muito fã de fechar tudo de FOP que vejo por aí, mas tem alguns casos em que você fica meio… Sem saída…!!!!!

LINKS

Messe et al. Practice advisory: Recurrent stroke with patent foramen ovale (update of practice parameter). Neurology 2016.

Li et al. Closure Versus Medical Therapy for Preventing Recurrent Stroke in Patients With Patent Foramen Ovale and a History of Cryptogenic Stroke or Transient Ischemic Attack. Stroke 2016. 

Miranda M. Fechamento de Forame Oval Patente: A volta triunfal do RESPECT Trial.

Certificação em Neurossonologia – Edição 2016

Por Maramelia Miranda e Viviane Zétola

A certificação em Neurossonologia / Doppler Transcraniano foi implantada pelo DC de Doppler Transcraniano da ABN, como uma forma de agregar a qualidade e a excelência de entidades como a Academia Brasileira de Neurologia e a World Federation of Neurology aos que atuam nesta importante sub-especialidade da Neurologia.

O principal objetivo da certificação da ABN/WFN é elevar o nível de qualidade do diagnóstico neurossonológico, através da avaliação teórica e prática do examinador/candidato. A certificação é uma parceria reconhecida do DC de Neurossonologia da ABN e Capítulo Latino Americano da NSRG (Neurosonology Research Group), filiada à WFN (World Federation of Neurology).

Como nos demais anos, ocorrerá durante o Congresso Brasileiro de Neurologia, que este ano será em Belo Horizonte, e haverá um curso preparatório que é aberto a todos, independente da realização da prova. A seguir, a agenda do curso e das provas teórica e prática.

AGENDA

CERTIFICAÇÃO EM NEUROSSONOLOGIA – EDIÇÃO 2016.

LOCAL: Ambulatório Bias Fortes, Hospital das Clínicas da UFMG. Alameda Alvaro Celso, 175 – 6º e 7º andar. Bairro Santa Efigênia (ponto de referência: em frente ao Supermercado Extra).

DATA: 26/08/2016.

INSCRIÇÕES: Com vagas limitadas, por meio da secretaria da ABN, através do e-mail academia@abneuro.org. Deverá ser enviado nome completo, endereço completo, telefones de contato, e-mail, nº do CPF e CRM, juntamente com o COMPROVANTE DE INSCRIÇÃO no congresso com prazo até dia 15/08/2016.

Pré-requisitos: É necessário ser neurologista, sócio da ABN em dia com a anuidade e inscrito no Congresso.

MINI CURSO PREPARATÓRIO E PROVA TEÓRICA / PRÁTICA

26/08/2016
08:00 – 10:30h – MINI CURSO PREPARATÓRIO

Tópicos: (1) Anatomia da circulação extra e intracraniana
(2) Fisiopatologia e hemodinâmica cerebral
(3) Princípios físicos e metodológicos do método Doppler
(4) Critérios diagnósticos e interpretação dos exames

11:00 – 12:00h  – PROVA TEÓRICA (Teste de múltiplas escolhas)
As questões serão elaboradas e administradas pelos membros da comissão de prova. As mesmas são corrigidas logo após o teste, e não serão disponibilizadas aos candidatos. O limite mínimo de acertos para passar para o teste prático é 70% de respostas corretas na avaliação teórica. Apenas poderão prosseguir para o teste prático aqueles candidatos já aprovados em teste teórico anterior.

14:00 – 18:00h – PROVA PRÁTICA: ´hands-on`

O candidato será avaliado individualmente, devendo realizar um exame de Doppler Transcraniano completo, com um aparelho de Doppler Transcraniano disponibilizado pela organização da Certificação, e durante ou após o exame, comentar sobre os possíveis achados anormais, a depender dos questionamentos do membro avaliador, na sua estação de Hands-on. A correta identificação dos vasos, os valores normais esperados e a interpretação dos possíveis achados serão pontuados. Haverá supervisão mínima de dois membros avaliadores certificados, determinados pelo comitê organizador, e um membro avaliador determinado pela NSRG.

Sugestões Bibliográficas:

Kremkau FW: DOPPLER ULTRASOUND: PRINCIPLES AND INSTRUMENTS. Saunders, Philadelphia 1993.

Tegeler CH, Babikian VL, Gomez CR (eds.): NEUROSONOLOGY. Mosby, Boston 1996.

Bartels E.: COLOR-CODED DUPLEX ULTRASONOGRAPHY OF THE CEREBRAL VESSELS. ATLAS AND MANUAL. Schattauer, Stuttgart 1999.

Babikian V, Wechsler L (eds.): TRANSCRANIAL DOPPLER ULTRASONOGRAPHY. Butterworth-Heinemann, Boston 1999.

Alexandrov A. (ed.): CEREBROVASCULAR ULTRASOUND IN STROKE PREVENTION AND TREATMENT. Futura, Blackwell Publishing, New York, 2004.

Zétola VF & Lange MC. MANUAL DE DOPPLER TRANSCRANIANO. 2006 publicado pela ABN.

Valdueza JM, Schreiber SJ, Roehl J, Klingebiel R: NEUROIMAGING AND NEUROSONOLOGY OF STROKE. Thieme 2008.

Lobo CL et al. Brazilian Guidelines for transcranial doppler in children and adolescents with sickle cell disease. RBHH 2011; 33(1): 43-8.

Lange MC et al, from Task Force Group of the Neurosonology Department, Brazilian Academy of NeurologyBrazilian guidelines for the application of transcranial ultrasound as a diagnostic test for the confirmation of brain death. ArqNeuropsiquiatr. 2012; 70(5): 373-80.

Comitê organizador
DC de Neurossonologia da ABN

Angiopatia Amilóide Cerebral: Critérios e tratamento

Atenção. Doença difícil, difícil de manejo, difícil bater o martelo que é ela mesmo, clínica nem sempre tão clara, pois envolve, além dos sangramentos, que podem ser bem variados, também o declínio cognitivo, clínica de AITs ou de demência em boa parte dos casos, e até mesmo leucoencefalopatia simulando quadros inflamatórios.

Difícil manejo, principalmente quando há indicação de antiagregar ou anticoagular por outras causas… Enfim, é bom sempre revisar os conceitos e o que há de atual na sua terapia. Com a contribuição da Dra. Danyelle Sadala, que revisou o tema e nos apresentou hoje na reunião semanal do grupo, a seguir os pontos principais deste tema.

Para o tratamento, nunca esquecer: evitar antiagregantes ou anticoagulantes, controlar a pressão arterial, se possível evitar uso de estatinas, e em casos mais raros (encefalopatia ou leucoencefalopatia aguda), considerar imunossupressão.

Ou seja, você não pode dar nada na maior parte dos casos, apenas sentar ou ajoelhar, e rezar…

Critérios de Boston para o diagnóstico de Hemorragia Cerebral relacionada a AAC. <<< PDF aqui.

Criterios-Boston-Angiopatia-amiloide

LINKS

Fotiadis et al. Cortical atrophy in patients with cerebral amyloid angiopathy: a case-control study. Lancet Neurology 2016.

Arima et al.Effects of Perindopril-Based Lowering of Blood Pressure on Intracerebral Hemorrhage Related to Amyloid Angiopathy.The PROGRESS Trial. Stroke 2010.

Knudsen et al. Clinical diagnosis of cerebral amyloid angiopathy: Validation of the Boston Criteria. Neurology 2001.

Greenberg et al. Amyloid Angiopathy–Related Vascular Cognitive Impairment. Stroke 2004.

Samarasekera et al. The association between cerebral amyloid angiopathy and intracerebral haemorrhage: systematic review and meta-analysis. JNNP 2012.

Boyle et al. Cerebral amyloid angiopathy and cognitive outcomes in community-based older persons. Neurology 2015.